(UM BRASIL/Divulgação)
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Publicado em 10 de junho de 2024 às 10h05.
A crise ambiental que destruiu diversas cidades no estado do Rio Grande do Sul (RS) põe as mudanças do clima no centro das agendas dos candidatos às prefeituras de todo o País. Hoje, o eleitorado já considera o tema parte importante do seu mindset, sobretudo o mais jovem. Diante disso, essa conjuntura estabelece a obrigação de uma resposta muito efetiva pelos líderes públicos. “Mais do que isso, a sociedade pede esse compromisso. O candidato ou político que não tiver um ideal muito claro quanto à sua participação como interesse público e na formação de um governo [voltado ao assunto], terá cada vez mais dificuldades”, afirma Regina Esteves, fundadora e CEO da ComunitasBR.
“Nós sabemos que parte desses problemas que estamos enfrentando ocorrem em razão de uma organização urbana que, possivelmente, não respeitou algumas necessidades impostas pelo Marco Ambiental. Essa crise trará uma necessidade urgente de olhar para os nossos espaços e planos diretores de todas as cidades, buscando atender melhor às condições de segurança habitacional, especialmente para a população mais vulnerável. A lição aprendida é que essa situação exige uma resposta mais imediata do que talvez estivéssemos preparados para dar”, defende.
De acordo com Regina, o desafio da agenda climática, assim como de pautas como a da Segurança Pública, demanda dos agentes públicos a formação de equipes preparadas para pensar a governança urbana além das soluções imediatistas ou ineficientes; estruturar os serviços públicos de forma que atendam às necessidades das comunidades mais vulneráveis; e estabelecer parcerias com a iniciativa privada e a sociedade. “Os modelos de gestão público-privada precisam ser pensados para várias áreas da administração pública”, reforça a CEO.
Em entrevista ao Canal UM BRASIL — uma realização da FecomercioSP — Regina ainda aponta que, diante da situação do Estado gaúcho, o risco é que se deixe a Educação em segundo plano na agenda de emergências. “Uma das maiores lições que tivemos com a pandemia, e que hoje é nossa pauta principal no apoio ao Rio Grande do Sul, é o restabelecimento das salas de aulas e o apoio às escolas que precisam ser reformadas. O custo de deixar as crianças fora da escola será sentido por décadas, uma punição para gerações. Em situações como essa, toda a comunidade escolar precisa estar entre as prioridades da política pública e da sociedade.”
Tendo em vista que muitas dessas ações que atendem aos interesses sociais demandam muito mais tempo do que o período de uma gestão na prefeitura ou no governo estadual, é essencial que sejam vistas como planos de sociedade, e não apenas de políticos. “Temos várias experiências de transição de governo em que os projetos continuaram, uma vez que a sociedade e o gestor público entendem aquilo como um programa de todos. E o controle disso começa com esse gestor, que é concursado e tem uma responsabilidade pública. Ele é o nosso parceiro imediato no controle de uma boa administração”, conclui.