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Eleitor de Bolsonaro talvez saiba mais do que críticos pelo mundo, diz WSJ

Jornal americano minimiza fama de antidemocrático atribuída ao capitão do Exército e diz que não foi ele quem sugeriu reescrever a Constituição

O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, durante evento de campanha (Diego Vara/Reuters)

O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, durante evento de campanha (Diego Vara/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 11 de outubro de 2018 às 14h43.

Última atualização em 11 de outubro de 2018 às 19h48.

São Paulo — "Depois de anos de corrupção e recessão, aparentemente milhões de brasileiros acham que um outsider é exatamente o que o país precisa. Talvez eles saibam mais do que críticos pelo mundo.", escreveu o jornal norte-americano Wall Street Journal em editorial publicado um dia depois do primeiro turno das eleições brasileiras. Na publicação, o periódico minimiza a fama de antidemocrático atribuída a Jair Bolsonaro (PSL), e diz que não foi ele quem sugeriu reescrever a Constituição, se referindo à proposta (já abandonada) do opositor Fernando Haddad (PT): "Isso é do manual de Hugo Chávez", provocou o jornal.

Em texto cheio de comparações entre o candidato à Presidência do PSL e Donald Trump, o capitão reformado do Exército é chamado de "brazilian swamp drainer" (drenador do pântano brasileiro, na tradução livre) em referência a uma das expressões usadas pelo presidente dos Estados Unidos para falar de uma de suas promessas de campanha: drenar o pântano nos EUA. Em outra alusão ao republicano, o jornal chama Bolsonaro de um "conservador populista" que promete fazer o Brasil grande pela primeira vez. O problema: de dois dias para cá o favorito das pesquisas eleitorais já deu motivos de preocupação a respeito dos temas liberais apoiados pelo Wall Street Journal, ao recuar em algumas posições em seu plano de reformas liberais.

Contraste

A opinião do WSJ contrasta com a de grandes veículos internacionais, como a revista britânica The Economist, outro bastião do liberalismo econômico e político, que fez uma dura crítica a Bolsonaro, estampando seu rosto na capa da publicação. Segundo a reportagem, sua vitória seria um desastre para o Brasil.

O WSJ já fez uma avaliação melhor de Haddad no passado. O jornal chegou a chamá-lo de “visionário” em 2015, quando ainda era prefeito de São Paulo, por suas políticas sociais e reformas do sistema de mobilidade na cidade. Em abril, o jornal também destacou em matéria especial que o movimento de ascensão de grupos evangélicos e a insatisfação crescente com a ilegalidade - que lideram a guinada à direita no Brasil - está deixando os cidadãos liberais preocupados, "uma vez que o Brasil está entre os países com maior desigualdade do mundo, tem racismo enraizado e só começou a avançar em direitos das mulheres e minorias recentemente", disse o jornal.

 

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