João Alberto: indicado pelo PMDB para assumir a presidência não estava presente (Waldemir Barreto/Agência Senado/Agência Senado)
Da Redação
Publicado em 6 de agosto de 2014 às 19h22.
Brasília - Após conturbada reunião de instalação, os membros da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Metrô de São Paulo decidiram hoje (6) adiar para 2 de setembro a eleição do presidente e do relator dos trabalhos.
Presidida pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que era o mais velho entre os presentes, a reunião foi marcada por diversos questionamentos regimentais de governistas e oposicionistas.
No fim, como o senador João Alberto (PMDB-MA), que foi indicado pelo PMDB para assumir a presidência, não estava presente, os parlamentares acharam melhor adiar a reunião.
“Por algum motivo, o senador João Alberto teve que ir para o Maranhão, e não fica adequado eleger um presidente da sua ausência” , explicou Suplicy.
Os parlamentares da oposição, no entanto, criticaram a postura dos governistas, que tomaram a iniciativa de convocar a reunião de instalação da CPMI e adiaram a votação para escolha de presidente.
“É uma vergonha. O PT fugiu. O PT, que dizia que queria investigar, escalou um senador que viajou para o seu estado. Eu fui candidato a presidente, e ele [Eduardo Suplicy] não me deixou concorrer", reclamou o deputado Fernando Francischini (SD-PR).
O relator da CPMI do Metrô de São Paulo será o deputado Renato Simões (PT-SP), que defendeu o adiamento das votações.
Ele lembrou que, historicamente, os partidos com mais cadeiras no Congresso têm a prerrogativa de indicar o presidente e o relator das CPIs e que, neste caso, a indicação cabe ao PMDB e ao PT, respectivamente.
“Adiamos para respeitar a prerrogativa do PMDB do Senado, que é o partido majoritário. O PMDB sofreu a contingência de ter que trocar o seu nome de ontem para hoje, do [senador Cassildo] Maldaner (PMDB-SC) para o João Alberto. Nós respeitamos o direito de PMDB de indicar o presidente. A base do funcionamento desta CPMI é um acordo partidário”, disse.
A CPMI do Metrô deverá investigar denúncias de formação de cartel, corrupção de autoridades e outros ilícitos nos contratos, licitações, execução de obras e manutenção de linhas de trens e metrôs em São Paulo e no Distrito Federal.
Embora se trate de obras de governos estadual e distrital, o Congresso tem a prerrogativa de fazer a investigação porque foram usados recursos federais.