Brasil

Eleição antecipada: Ciro sugere Lula vice em 2022

O pedetista disse que o ex-presidente deve se inspirar em Cristina Kirchner para derrotar Bolsonaro

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Ciro Gomes (Montagem/Exame)

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Ciro Gomes (Montagem/Exame)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de abril de 2021 às 07h24.

A antecipação da campanha eleitoral de 2022 segue a todo vapor no Brasil, mais de um ano e meio antes do pleito e no auge da pandemia da covid-19. Nesta segunda-feira o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), candidato derrotado em 2018, afirmou durante uma live que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deveria concorrer como vice no ano que vem.

"A gente devia pedir generosidade a quem já teve oportunidade, como o Lula, que é um grande líder da história brasileira. A gente devia pedir a ele que se compenetrasse e que não imitasse o exemplo desastrado do Maduro na Venezuela ou o exemplo desastrado do Evo Morales na Bolívia. E que olhasse o que a Cristina Kirchner fez na Argentina, em que, tendo uma força grande, deu um passo atrás e ajudou a Argentina a se reconciliar", disse Ciro, segundo reprodução do jornal Valor, em evento organizado pela Central dos Sindicatos Brasileiros tratando da reforma administrativa.

Segundo o pedetista, os casos de corrupção em gestões petistas podem pesar contra Lula numa campanha. Além de derrotar Jair Bolsonaro, afirmou, o "mais difícil e que pede muita reconciliação de todos nós é botar uma coisa nova no lugar, nesse ambiente de terra arrasada em que estamos", disse.

Ciro Gomes foi o terceiro colocado nas eleições de 2018, com 12,47% dos votos no primeiro turno. Em vez de um apoio explícito ao petista Fernando Haddad, porém, viajou ao exterior no início do segundo turno e declarou um "apoio crítico" e não participou da campanha. A eleição foi marcada, como se sabe, pela proibição da candidatura de Lula.

O ex-presidente, por sua vez, voltou às pesquisas de opinião desde o início de março, quando o Supremo Tribunal Federal anulou as condenações na operação Lava-Jato. Com isso, Lula voltou a ser elegível e poder concorrer no ano que vem. Edson Fachin, ministro do Supremo, considerou que a vara de Justiça de Curitiba não tem competência para julgar o caso.

Dias depois, a segunda turma do Supremo ainda declarou o ex-juiz federal Sergio Moro parcial na condenção do ex-presidente no caso do tríplex do Guaruá. Os dois episódios acirraram a corrida eleitoral.

Uma pesquisa EXAME/Ideia de março mostrou que a desaprovação ao governo Bolsonaro voltou a subir, e apontou reeleição de Bolsonaro, mas com disputa acirrada com Lula no segundo turno. Pesquisas mais recentes têm reforçado a desaprovação ao governo com o avanço da pandemia, e uma força crescente do petista.

Com Lula e Bolsonaro na disputa, o pleito de 2022 pode ser uma batalha de rejeições, segundo analistas. A última pesquisa EXAME/Ideia mostrou que metade dos eleitores não votaria jamais em nenhum dos dois. São dados que Ciro tenta usar a seu favor. Segundo o Estadão, porém, o PT viu "desespero" na sugestão do pedetista.

__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

O podcast EXAME Política vai ao ar todas as sextas-feiras. Clique aqui para ver o canal no Spotify, ou siga em sua plataforma de áudio preferida, e não deixe de acompanhar os próximos programas.

Acompanhe tudo sobre:Ciro GomesEleições 2022Luiz Inácio Lula da Silva

Mais de Brasil

Veja como votou cada deputado na proposta do pacote de corte de gastos

TSE forma maioria para rejeitar candidatura de suspeito de envolvimento com milícia

Fim do DPVAT? Entenda o que foi aprovada na Câmara e o que acontece agora

IFI: governo precisa de superávits primários de 2,4% para estabilizar dívida pública