Fernando Haddad: "É óbvio que o efeito dessa medida [multa] sobre o problema é pequeno" (Paulo Fridman/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 22 de dezembro de 2014 às 15h03.
São Paulo - Após o governo do Estado de São Paulo sugerir que as prefeituras também multem os cidadãos que desperdiçarem água, o prefeito da capital, Fernando Haddad (PT), afirmou que está disposto a "ajudar a combater a crise hídrica" mas, caso seja aprovada, a medida teria eficiência limitada.
"É óbvio que o efeito dessa medida sobre o problema é pequeno", disse nesta segunda-feira, 22, durante entrega de obras viárias na zona sul.
Haddad esteve reunido com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo Estadual, na última sexta-feira, 19.
Na ocasião, recebeu do governador uma minuta elaborada pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) em que constam orientações para combater a crise hídrica.
Uma das sugestões é que a administração municipal multe quem desperdiçar água na realização de algumas atividades, como lavagem de calçadas.
Questionado se iria atender ao pedido do governador, o prefeito afirmou ainda não ter tido tempo de ler o documento, que estaria sendo analisado pelo secretário municipal de Governo, Chico Macena, mas que estaria disposto a "ajudar a Sabesp a combater a crise".
"Sexta-feira nós viemos com essa parceria de ajudar a Sabesp, que é a responsável pelo gerenciamento da crise hídrica", afirmou.
Segundo Haddad, a administração vai "processar internamente" a proposta e depois encaminhar o documento para as demais prefeituras da região metropolitana. O objetivo seria uma "legislação metropolitana sobre o uso racional da água".
"Há concordância de todos os prefeitos de ajudar. (...) A Prefeitura vai combater o desperdício com posturas municipais, mas a gestão da água mesmo cabe à Sabesp. Tanto do ponto de vista da oferta quanto de regular a demanda", disse Haddad.