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Edward Snowden vai pedir asilo político ao Brasil

Em carta ao povo brasileiro, Snowden afirma que vai ajudar nas investigações brasileiras sobre espionagem, mas que para isso precisa de asilo, segundo a Folha de S. Paulo


	Mulher com máscara de Edward Snowden: "Até que um país conceda asilo político permanente, o governo dos EUA vai continuar a interferir com minha capacidade de falar", diz ele
 (Thomas Peter/Reuters)

Mulher com máscara de Edward Snowden: "Até que um país conceda asilo político permanente, o governo dos EUA vai continuar a interferir com minha capacidade de falar", diz ele (Thomas Peter/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 17 de dezembro de 2013 às 08h26.

São Paulo - Edward Snowden, o homem que revelou ao mundo a espionagem americana, vai pedir asilo ao Brasil. Segundo carta aberta obtida pelo jornal Folha de S. Paulo, Snowden vai ajudar nas investigações brasileiras sobre as ações da Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA) em troca do asilo político.

Para convencer o governo de Dilma Rousseff, Snowden escreveu uma "carta aberta ao povo do Brasil", que será parte de uma campanha online no site Avaaz. Atualmente, o americano está na Rússia, em asilo temporário.

Segundo Snowden, o asilo é necessário para que ele possa continuar a revelar o que sabe sobre as ações de espionagem dos Estados Unidos. "Até que um país conceda asilo político permanente, o governo dos EUA vai continuar a interferir com minha capacidade de falar", diz.

A campanha para que ele venha ao Brasil deve ser liderada pelo jornalista americano Gleen Greenwald, que ajudou Snowden na divulgação das informações e vive por aqui.

Na carta, o ex-funcionário da NSA diz ter ficado surpreendido com a repercussão que suas revelações tiveram no país. 

"Meu maior medo era que ninguém desse ouvidos ao meu aviso. Nunca antes fiquei tão feliz por ter estado tão equivocado. A reação em certos países vem sendo especialmente inspiradora para mim, e o Brasil é um deles, sem dúvida", afirma.

Na tentativa de sensibilizar não só o governo, mas também os cidadãos comuns, Snowden dá exemplos práticos de como a espionagem americana atua no dia a dia do brasileiro. 

"Hoje, se você carrega um celular em São Paulo, a NSA pode rastrear onde você se encontra, e o faz: ela faz isso 5 bilhões de vezes por dia com pessoas no mundo inteiro", diz. E vai além: ele afirma que a agência guarda os registros de quem tem um caso extraconjugal ou visita sites de pornografia, para usar depois caso queiram sujar a reputação de tal pessoa.

Ele rebate ainda a tese defendida pelos Estados Unidos de que a espionagem teria apenas propósitos de segurança. 

Sem se dirigir diretamente à Dilma ou ao governo brasileiro, Snowden deixa nas entrelinhas que essa é uma causa pela qual vale se indispor com o país mais poderoso do mundo.

"O preço do meu discurso foi meu passaporte, mas eu o pagaria novamente: não serei eu que ignorarei a criminalidade em nome do conforto político. Prefiro virar apátrida a perder minha voz", afirma. 

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