O prefeito do Rio, Eduardo Paes, em julho de 2015: "eu tentei ser gentil com o ex-presidente que ajudou muito a cidade e meu governo" (Buda Mendes/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 17 de março de 2016 às 13h07.
Rio de Janeiro - O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), classificou suas declarações em diálogo gravado pela Polícia Federal na Operação Lava Jato como comentários de extremo mau gosto, que geraram arrependimento e vergonha. Ele minimizou o trecho em que sugeriu um limite para a atuação dos investigadores e negou que tenha informações sobre a titularidade do sítio em Atibaia, usado pela família do ex-presidente.
"Quero dar esclarecimentos, satisfação e contextualizar aquela conversa. Eu tentei ser gentil com o ex-presidente que ajudou muito a cidade e meu governo, e que agora passa por um momento difícil", disse.
Paes alegou que em uma ligação gentil, as pessoas falam gentilezas.
"Eu sou carioca em excesso, o terror dos assessores, falo muito em on e em off. Foram brincadeiras de mau gosto com Pezão e Dilma", afirmou. Ele também se desculpou com a população de Maricá, alvo de piadas na conversa interceptada pela PF.
Sobre o comentário de que seria preciso "dar um limite" ao MPF e à PF, o prefeito procurou contextualizar a conversa com os dias que seguiram ao depoimento prestado por Lula na Lava Jato. "Eu me referia à condução coercitiva. Considerei que houve certo exagero e está foi uma crítica de boa parte da população", justificou.
A respeito do sítio, Paes declarou não saber de nada e acrescentou que cabe ao ex-presidente dar explicações. "Eu respondo pelos atos na vida política", afirmou.