Brasil

Eduardo Bolsonaro defende abertura do mercado de armas no Brasil

Acompanhando seu pai, o presidente Bolsonaro, na visita à Índia, o deputado disse que seu plano é concentrar no tema de armamentos

EDUARDO BOLSONARO: o deputado defendeu “um novo AI-5 caso a esquerda radicalize” / REUTERS/ (Adriano Machado/Reuters)

EDUARDO BOLSONARO: o deputado defendeu “um novo AI-5 caso a esquerda radicalize” / REUTERS/ (Adriano Machado/Reuters)

AO

Agência O Globo

Publicado em 26 de janeiro de 2020 às 11h20.

NOVA DÉLHI — O deputado federal Eduardo Bolsonaro diz que vai se empenhar no acesso de armas para a população a partir da agora, ao mesmo tempo em que pretende continuar ativo na área internacional com suas conexões com líderes de direita.

Eduardo acompanha seu pai, o presidente Bolsonaro, na visita à Índia. E em conversa com os jornalistas, disse que seu plano depois de deixar o comando da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados é concentrar no tema de armamentos.

O deputado quer abrir o mercado brasileiro, atrair companhias estrangeiras para produzir armas no Brasil e quebrar o que chama de ''monopólio branco'' de empresas locais como a Taurus, fabricante de armas de pequeno porte.

Exemplificou que cartuchos e outro material de armamento custa cinco vezes mais no Brasil do que nos EUA, por exemplo. Assim, a competição no mercado, com mais empresas produzindo, facilitará o acesso de cidadãos a armas para se protegerem.

''Isso vai permitir mais acesso da população a armas, devido ao preço de armas. Hoje em dia esse mercado (no Brasil) é elitista'', afirmou. O parlamentar disse também que quem votou em Bolsonaro sabe dessa bandeira do presidente, e que ele foi o único a favor ''de legitima defesa através de armas de fogo''.

O deputado relatou que já conversou com a fabricante americana de armas Sig Sauer, que é fornecedora do Exército dos Estados Unidos, e com a italiana Beretta. Disse esperar que a Sig não abandone o projeto de produzir no Brasil.

Comentando a desistência da companhia suíça Huag de produzir armas no Brasil, alegando que isso afetaria sua imagem, Eduardo Bolsonaro mostrou sua estranheza que isso tenha ocorrido sete anos depois de a empresa fazer planos no Brasil. Para ele, o que pode ter ocorrido é uma divisão de mercado com outros fabricantes.

Perguntado se mais acesso a armas não aumentaria a violência no país, Eduardo respondeu que ''o que mata não é a arma, é o ser humano''. Ao seu ver, quando o governo anuncia que vai dar mais acesso ao cidadão a armas de fogo, ''a bandidagem começa a pensar duas vezes e isso tem um impacto''. Ele acha que essa é uma das razões da baixa de 22% no número de homicídios no país.

Eduardo Bolsonaro, que chegou armado para visitar seu pai num hospital em São Paulo, tem afirmado já há tempos que é preciso ''resgatar o Brasil de antes do estatuto do desarmamento (2003), período em que muito menos pessoas morriam por disparo”. Exemplificou que em 1980 o numero de homicídios no Brasil chegava a 8 mil por ano e no ano passado a cifra chegou a 62 mil.

Ele contou que pretende continuar ativo na área internacional. Acha que concluiu com sucesso conexão com líderes de direita. Vai aos EUA participar de um encontro da aliança conservadora no feriado de carnaval no Brasil.

O presidente Bolsonaro deverá viajar à Florida proximamente, e outras viagens no primeiro semestre poderão incluir Hungria e Polônia, dirigidos também por lideres populistas de direita.

*Do Valor Econômico

Acompanhe tudo sobre:ArmasCâmara dos DeputadosEduardo BolsonaroGoverno BolsonaroÍndia

Mais de Brasil

Enem 2024: prazo para pedir reaplicação de provas termina hoje

Qual é a multa por excesso de velocidade?

Apesar da alta, indústria vê sinal amarelo com cenário de juros elevado, diz economista do Iedi