Eduardo Bolsonaro: filho de Jair Bolsonaro homenageia Ustra, que durante a ditadura militar foi um dos torturadores de Dilma Rousseff (Reprodução/Facebook)
Da Redação
Publicado em 31 de agosto de 2016 às 15h50.
Última atualização em 15 de outubro de 2018 às 12h10.
Eduardo Bolsonaro, deputado federal pelo PSC-SP e filho de Jair Bolsonaro (PSC-RJ), comemorou nas redes sociais o impeachment de Dilma Rousseff agradecendo o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-chefe do DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna), órgão de repressão da ditadura.
Ustra, que morreu aos 83 anos em setembro do ano passado, foi um dos torturadores de Dilma Rousseff durante a ditadura militar.
"Perderam em 1964. Perderam em 2016", começa a postagem de Bolsonaro em seu perfil no Facebook, que leva uma montagem com fotos de militares, incluindo o coronel Brilhante Ustra.
"Em 09 de Abril de 1964, com votos de Juscelino Kubitschek e Ulisses Guimarães inclusive, elegeu o General Castelo Branco que com o apoio de homens de coragem como o CORONEL CARLOS ALBERTO BRILHANTE USTRA e LÍCIO evitaram que hoje todos nós estivéssemos cortando cana como em Cuba. (...) Viva as Forças Armadas! Vivam os Brasileiros!!!"
Antes, logo depois do resultado da votação do Senado, que optou pelo afastamento definitivo de Dilma, Bolsonaro havia postado uma foto dele e seu pai, Jair Bolsonaro (PSC-RJ), e comentou: #tchauquerida #impeachment #nósvotamosSIM #maisamorporfavor VIVA USTRA!"
Conhecido pelo apelido de "Doutor Tibiriçá", Ustra foi acusado pelo desaparecimento e morte de pelo menos 60 pessoas. Também foi o primeiro a ser reconhecido pela Justiça como torturador.
Em abril deste ano, o coronel foi homenageado por Jair Bolsonaro enquanto ele anunciava seu voto favorável ao processo de impeachment de Rousseff na Câmara dos Deputados.
"Contra o comunismo, pela nossa liberdade, contra o Foro de São Paulo, pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante, o pavor de Dilma Rousseff, pelo exército de Caxias, pelas Forças Armadas, o meu voto é sim", defendeu o deputado fluminense.
Em 2001, Dilma contou detalhes de sessões de tortura às quais foi submetida quando presa em 1970. Ela foi colocada no pau de arara, tomou choques elétricos, apanhou de palmatória e foi submetida a socos.