Dilma Rousseff: "Eu posso assegurar é que a campanha contratou as empresas que forneceram o menor preço e esses materiais foram entregues. E todos os gastos da campanha da presidenta Dilma foram declarados ao TSE. Isso eu asseguro" (foto/Divulgação)
Agência Brasil
Publicado em 17 de março de 2017 às 22h48.
O prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva, ex-tesoureiro da campanha de 2014 da ex-presidente Dilma Rousseff, voltou a dizer hoje (17), em depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que a campanha da petista ocorreu totalmente dentro da legalidade. Edinho negou ter participado de ações para arrecadar recursos por meio de caixa 2.
"A coligação existiu sim, mas existiu em uma composição natural de campanha e ocorreu dentro da legalidade. Eu jamais, em hipótese alguma, participei de nenhum diálogo que tenha tabulado doações de campanha por caixa 2. Ao contrário. A campanha da presidenta Dilma agiu totalmente dentro da legalidade, de forma ética e seguindo todos os preceitos legais estipulados pela legislação brasileira", disse após seu depoimento.
Edinho, que foi arrolado como testemunha na ação, foi ouvido por videoconferência pelo ministro Herman Benjamin, do TSE, que estava em Brasília. O ex-tesoureiro prestou depoimento na sede do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), na capital paulista.
O ex-tesoureiro disse que a contratação de empresas pela campanha da petista respeitou o critério do menor preço.
"Eu posso assegurar é que a campanha contratou as empresas que forneceram o menor preço e esses materiais foram entregues. E todos os gastos da campanha da presidenta Dilma foram declarados ao TSE. Isso eu asseguro", disse.
Flávio Caetano, advogado de Dilma Rousseff, disse, depois do depoimento de Edinho, que o processo de investigação eleitoral da chapa Dilma-Temer deverá ter em uma nova fase após as delações premiadas de empresários e funcionários da Odebrecht. Segundo ele, há fatos novos que não haviam sido veiculados no início da ação.
"Foram ouvidos dez depoentes da Odebrechet, são dez colaboradores premiados da Odebrecht. O que a defesa pede é que, agora, seja dada igual oportunidade para que a defesa tenha acesso aos depoimentos, tenha acesso aos documentos e possa se manifestar sobre tudo que foi apresentado. É uma nova fase, é um novo libelo acusatório", disse.
Caetano disse que a defesa da ex-presidente teve acesso hoje ao conteúdo das delações da Odebrecht e que vai formular requerimentos para impugná-las. "Aguardamos que os pedidos da defesa sejam deferidos e possam continuar o contraditório e a ampla defesa".