Marina Silva discursa durante encontro com profissionais da indústria criativa, em São Paulo (Paulo Whitaker/Reuters)
Da Redação
Publicado em 16 de setembro de 2014 às 21h30.
Brasília - O economista Alexandre Rands, que participou da formulação do plano de governo da candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, avaliou nesta terça-feira, 16, que a estratégia de ataques do PT à ex-senadora será um "tiro no pé".
Ele confirmou também, em entrevista ao Broadcast Ao Vivo, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que está em curso uma revisão do programa de governo com o objetivo de aprofundar e esclarecer as propostas.
Sobre a possibilidade de mudanças na exploração do pré-sal pelo modelo de partilha, Rands disse que não viu Marina discutir o assunto, "o que não quer dizer que ela não possa ter discutido".
"Eu não a vi, mas o Walter Feldman deixou claro ontem que a empresa não tem situação suficientemente forte de caixa para fazer todos os investimentos, e isso vai atrasar o resultado do pré-sal", declarou.
O economista condenou a estratégia da campanha adversária de divulgar a possibilidade de venda da Petrobras em caso de vitória de Marina.
"A estratégia de ataques do PT à Marina vai ser um tiro no pé. O PT está fazendo uma estratégia de curto prazo, porque tem mais tempo no horário eleitoral. O fato de Marina ter pouco tempo para responder, aí ele (o PT) faz esses ataques completamente mentirosos", afirmou.
"Nunca ouvi falar (de venda da Petrobras). Tenho certeza que não passaria jamais na cabeça dela (Marina) privatizar a Petrobras", completou.
Para o colaborador, as "mentiras" propagadas pela campanha petista poderão ser "desmoralizadas" num eventual segundo turno entre a ex-senadora e a presidente Dilma Rousseff.
"A candidata do PT vai perder credibilidade junto ao eleitor", previu.
Rands afirmou que não considera um erro a campanha do PSB ter se adiantado e lançado um programa de governo antes dos adversários. Em sua avaliação, a campanha do partido está promovendo o debate.
Após as críticas ao programa, ele admitiu que um grupo pode estar discutindo a revisão do documento com o objetivo de detalhar alguns pontos. "Imagino que a ideia deles é fazer esclarecimentos. É compreensível", comentou.
"Um programa desses para você fazer é uma coisa complicada. Várias partes estão dando condições para interpretações distintas. Os adversários de Marina estão dando interpretações as mais perversas possíveis", emendou.