Curso técnico no Senai: é preciso ajustar o currículo à necessidade da juventude, diz diretor (Roberto Setton/Quatro Rodas)
Da Redação
Publicado em 19 de agosto de 2014 às 14h35.
São Paulo - O diretor geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Rafael Lucchesi, defendeu durante o Fórum Estadão Competitivo, nesta terça-feira, 19, em São Paulo, que é preciso repensar o sistema educacional brasileiro para adaptá-lo às mudanças pelas quais a sociedade vem passando.
De acordo com ele, só com essas transformações o país terá trabalhadores mais qualificados e, com isso, aumentará a produtividade, considerada muito baixa em relação a outros países do mundo. Em sua avaliação, é preciso educar melhor, em larga escala e a baixo custo.
Entre as mudanças, ele defendeu que a escola precisa assegurar o diálogo, mas com firmeza de propósito à meritocracia.
Segundo ele, é preciso ajustar a estrutura curricular à necessidade da juventude. "Tem que dialogar com as novas formas de comunicação. Hoje, 90% dos alunos estão nas redes sociais", afirmou.
Ele destacou ainda que é preciso assegurar a formação e capacitação dos professores, indo além de uma agenda só de aumento de salários, e implantar planos de gestão, para expandir a qualidade para todas as escolas brasileiras.
Em sua fala, Lucchesi elogiou o Pronatec, avaliando como o mais bem-sucedido programa do governo na área de educação. Ao mesmo tempo, criticou o programa Educação de Jovens Adultos (EJA), que, para ele, é a maior "tragédia", com mais de 80% de evasão.
"Precisamos repensar essa educação. Flexibilizar estruturas engessadas", defendeu, acrescentando que é preciso adaptar o sistema educação também à mudança demográfica.
O diretor avaliou que o país precisa ter a ambição de estabelecer a educação como desejo de mudança central. Segundo ele, atualmente, existe apenas um único grupo de pressão que atua fortemente na escola, que são aquelas pessoas que trabalham nelas, o que acaba criando uma visão extremamente corporativista.
"Há uma renúncia de participação das famílias, da imprensa, dos políticos, mas isso é responsabilidade nossa. Se queremos mudar esse jogo, temos de discutir a escola no centro do debate nacional, sem pressão ou ufanismo", disse.