Dr. Bumbum: central de atendimentos do Disque-Denúncia do Rio informou que já recebeu 21 informações sobre o médico Denis César Barros Furtado (@bioplastiamedica/facebook/Reprodução)
Estadão Conteúdo
Publicado em 19 de julho de 2018 às 14h36.
Última atualização em 19 de julho de 2018 às 14h46.
São Paulo - A central de atendimentos do Disque-Denúncia do Rio informou que já recebeu 21 informações sobre o médico Denis César Barros Furtado, o "Dr. Bumbum", de 45 anos, e sua mãe, Maria de Fátima Barros Furtado, de 66. Ambos estão foragidos da Justiça. O número de denúncias foi atualizado às 17h de quarta-feira, 18.
Mãe e filho são investigados pela morte da bancária Lilian Calixto, de 46 anos. Ela se submeteu a um procedimento estético no apartamento do "Dr. Bumbum", na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, no sábado, 14.
O Disque-Denúncia oferece recompensa de R$ 1 mil por informações que levem a polícia ao "Dr. Bumbum" e a sua mãe. Os dois foram indiciados pela Polícia.
A bancária passou mal após realizar procedimento para preenchimento de glúteos. Lilian saiu de Cuiabá, onde morava, para fazer o tratamento com o médico.
Após a intervenção, a bancária passou mal e teve complicações. Ela foi levada pelo próprio médico, pela mãe, pela técnica de enfermagem Rosilane Silva e pela secretária Renata Cirne - suposta namorada do "Dr. Bumbum" - ao Hospital Barra D�Or, onde chegou em estado considerado extremamente grave pelos médicos.
Mesmo após manobras de recuperação, não foi possível reverter o quadro de Lilian. A bancária morreu na madrugada de domingo, 15.
Informações sobre a localização do médico e de sua mãe podem ser repassadas ao Disque-Denúncia por meio dos telefones 21-2253-1177 e 0300-253-1177 (custo de ligação local) e também pelo aplicativo Disque Denúncia RJ, disponível para celulares com sistema operacional Android ou IOS. O anonimato é garantido ao denunciante.
Antes do crime de que é acusado - homicídio com dolo eventual, por ter provocado a morte da vítima ao injetar polimetilmetacrilato, conhecido como PMMA, nos glúteos da paciente - Furtado demonstrava desembaraço na propaganda de seu trabalho. De jaleco, dirigia-se em vídeos a 655 mil seguidores no Instagram e 45 mil no Facebook. Falava de doenças, citava Sigmund Freud e Charles Chaplin e criticava os conselhos de medicina. Acusava as entidades de cerceamento de certos procedimentos que realizava.
"Médicos como eu, que buscam inovar, são tão perseguidos que pensam em desistir e deixar pra lá (as práticas de) estudar e se atualizar, e se render ao sistema (sic)", escreveu, em janeiro. "Na minha opinião, (o sistema) lucra mais com doença que com saúde, perseguindo e vetando qualquer novidade que ameace a indústria e as mentiras já impostas como fatos."
Em uma entrevista coletiva que durou menos de quinze minutos, a advogada Naiara Baldanza deixou de responder pontos importantes do caso, como se o médico operava em sua residência ou quando ele deve se entregar à polícia. Ela afirmou que o julgamento em relação ao médico é precoce e que ele tem episódios de síndrome do pânico, por isso a dificuldade em se entregar à polícia.