O processo foi arquivado em agosto de 2017, exatamente no prazo em que prescreveu (@bioplastiamedica/facebook/Reprodução)
O médico Denis César Furtado, envolvido na morte da bancária Lilian Calixto após procedimento estético realizado em seu apartamento na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, também foi suspeito, junto com a sua mãe, Maria de Fátima Furtado, de ter participado do assassinato do companheiro dela, em 1997.
Em inquérito acessado pelo G1, um detetive pediu o indiciamento dos dois pela morte de José Camillo Monteiro, encontrado em março daquele ano com um tiro na cabeça. Ele estava deitado na cama em que dividia com Maria de Fátima, em uma casa no Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste do Rio. Denis morava na residência, juntamente com um filho de José Roberto, fruto de outro relacionamento.
Em documento assinado em 27 de outubro de 1999, o detetive policial João Carlos Faria da Costa pede indiciamento da mãe e do filho por homicídio, já que constata contradições de ambos. A investigação não foi levada adiante. O processo foi arquivado em agosto de 2017, exatamente no prazo em que prescreveu.
Em trecho do documento pericial, o detetive diz: “Tendo em vista as contradições encontradas nos depoimentos entre Maria de Fatima, Denis e as outras testemunhas, tudo nos leva a crer que, Maria de Fátima, contando com a participação de seu filho, Denis, praticaram o homicídio de José Roberto Camilo Monteiro, aproveitando o fato de a vítima estar envolvida em práticas ilícitas do tipo penal estelionato, com finalidade de obter uma vantagem financeira em decorrência dos golpes praticados pela vítima.”
Em depoimento à época, Maria de Fátima afirmou que estava deitada de bruços quando ouviu um forte barulho, parecendo ser de tiro. Em seguida, tentou se virar mas foi impedida por alguém que tentava sufocá-la com um travesseiro. Na perícia, porém, a polícia concluiu que o travesseiro não havia sido usado, já que não continha nenhum desalinho.
Maria de Fátima também afirmou ter tentado levantar o companheiro da cama, mas foi frustrada pelo peso da vítima. A perícia diz que o corpo não foi removido da posição de repouso em momento algum.
Um motorista citado nos depoimentos afirmou que o portão da casa onde aconteceu o crime estava fechado, sem cadeado, e com os cães soltos. Ele também disse ter visto Denis com pijama na casa.
Já o médico disse que o portão estava aberto, sem os cães no quintal e que passou o dia anterior à morte com uma mesma roupa de trabalho, diferente do pijama visto pelo motorista.