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Doria quer conceder ciclovias e faixas ao setor privado

O pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo fez uma ampla defesa de propostas de transferência de bens públicos ao setor privado


	João Dória: ele pregou a concessão das faixas exclusivas de ônibus, de parques municipais e do complexo poliesportivo do Pacaembu e ainda a venda do autódromo de Interlagos ao setor privado
 (Rafael Cusato)

João Dória: ele pregou a concessão das faixas exclusivas de ônibus, de parques municipais e do complexo poliesportivo do Pacaembu e ainda a venda do autódromo de Interlagos ao setor privado (Rafael Cusato)

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Da Redação

Publicado em 20 de julho de 2016 às 17h05.

São Paulo - O pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, João Doria, fez uma ampla defesa de propostas de transferência de bens públicos ao setor privado na capital paulista.

Ele pregou a concessão das faixas exclusivas de ônibus, de parques municipais e do complexo poliesportivo do Pacaembu e ainda a venda do autódromo de Interlagos ao setor privado.

Em sabatina realizada pelo portal UOL, o jornal Folha de S.Paulo e o SBT, Doria disse ainda que estuda a possibilidade de implantar pedágio urbano no município, caso seja eleito.

As ciclovias, segundo seu plano de governo, serão mantidas por empresas. O empresário disse que aquelas em funcionamento sobre calçadas serão desativadas, sem especificar se incluiria as construídas em canteiros centrais, como a da Avenida Paulista. "Bancos e outras empresas vão cuidar das ciclovias e das ciclofaixas. Vamos manter as ciclovias utilizadas pela população. Calçada é para pedestre, não para ciclista", disse na entrevista.

De acordo com o pré-candidato, no caso das concessões das faixas exclusivas de ônibus, o setor privado seria remunerado pela publicidade obtida em aplicativos de celular que informariam o trajeto e os horários desses meios de transporte. Doria defendeu ainda o uso das faixas por táxis, mesmo que a velocidade do transporte coletivo caia.

Já a concessão do estádio do Pacaembu seria para uso exclusivo de jogos de futebol, sem shows, e a do parque poliesportivo anexo teria, necessariamente, na avaliação do pré-candidato, a gratuidade à população.

Nesse complexo e em parques municipais concedidos, Doria avalia que os recursos ao setor privado viriam do comércio e da publicidade nos locais.

O autódromo de Interlagos, no entanto, será vendido ao setor privado. "Não faz sentido o município ser dono de um autódromo. Vamos vender mesmo e vai representar R$ 5 bilhões de reais em recursos que vão para saúde, educação e habitação."

Ainda sobre a questão viária, Doria disse que assim que assumir o cargo, caso seja eleito, a velocidade máxima nas marginais Tietê e Pinheiros - reduzidas na gestão Haddad de 90 km/h para 70 km/h nas pistas expressas, e de 70 km/h para 50 km/h nas locais - voltarão a ser como eram antes. Doria defendeu projetos de Haddad, como a abertura da Paulista aos domingos para pedestres e as ciclovias, mas qualificou seu adversário como "gestor fraco".

Doria defendeu ainda a convivência entre o Uber e os serviços de táxi na capital paulista e citou como exemplo a cidade de Nova York. "Não é possível imaginar que não haja a possibilidade de convivência de ambos.

Nova York é muito menor, tem cinco aplicativos e há convivência", afirmou o tucano, que considerou como "boa" a regulamentação feita por Haddad para o Uber, no entanto, alfinetando o prefeito. "Solução foi tardia, mas boa. O Haddad é lento até quando acerta".

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