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Doria apresenta programa para retirar usuários da Cracolândia

Com a implementação do programa Redenção até junho, o tucano disse que os dependentes químicos não ficarão mais na rua

Cracolândia: segundo Doria, a remoção será feita de forma humanitária (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Cracolândia: segundo Doria, a remoção será feita de forma humanitária (Rovena Rosa/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de fevereiro de 2017 às 13h54.

Última atualização em 7 de fevereiro de 2017 às 16h28.

*Texto atualizado para corrigir informações sobre o prazo de implementação das propostas.

São Paulo - O prefeito de São Paulo, João Doria, disse hoje (7) que vai retirar usuários de drogas das áreas conhecidas como cracolândia ainda no primeiro semestre deste ano.

Doria não deu detalhes do programa denominado Redenção, que tem como objetivo acabar com esses núcleos, e disse que há pontos estratégicos que não podem ser antecipados para garantir o sucesso da medida.

Ele afirmou, entretanto, que o processo será implantado de forma humanitária e medicinal.

"É um programa contínuo executado em prazo relativamente curto, mas se mantém isso permanentemente. Aliás o valor do resgate está na permanência constante do programa. Os ocupantes não ficarão mais na rua receberão o atendimento clínico e social necessário", afirmou após reunião na Secretaria Estadual de Segurança Pública.

Segundo ele, o programa será realizado de forma integrada entre as secretarias municipais de Saúde, Assistência e Desenvolvimento Social, Urbanismo e Licenciamento, Governo, prefeituras regionais e Segurança Urbana e seguirá as seguintes etapas: ação social, ação urbanística, ação de zeladoria urbana, ação junto a sociedade civil, ação medicinal, ação policial e ação de comunicação social.

"A cracolândia da Luz e as outras sete existentes [em São Paulo] merecem tratamento que envolve o campo dessas sete atuações, por isso, julgamos como de fundamental importância a ação conjunta entre governo federal, estadual, municipal, sociedade civil, promotoria pública e OAB [Ordem dos Advogados do Brasil]", ressaltou Doria.

Doria disse ainda que a imagem da cracolândia é ruim para as pessoas, para cidade e para o país. "Queremos que aquela imagem seja coisa do passado e que as pessoas que ali estão como psicodependentes possam ter seu atendimento clínico, resgate da própria vida, ter oportunidade de emprego e chance de cidadania. Aqueles que forem criminosos terão a força da lei e serão presos."

A reunião de duas horas e meia foi a terceira do grupo responsável pelo programa e contou com a participação de secretários estaduais, municipais, membros da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e do Ministério Público.

"Não vão ficar na rua. Eles receberão o tratamento clínico necessário e o atendimento social que devem ter", afirmou o prefeito, após uma reunião de duas horas e meia na Secretaria da Segurança Pública. Para o tucano, a presença de dependentes químicos nas ruas do centro é "uma imagem ruim para as pessoas, para a cidade e para o Brasil".

"Esta imagem, nós esperamos que dentro em breve seja algo do passado. E que as pessoas que ali estão, como psicodependentes, possam ter o seu atendimento clínico, o resgate da própria vida, uma oportunidade ao emprego e, com isso, a chance de cidadania que hoje não têm, infelizmente", disse, complementando que os criminosos da cracolândia "terão a força da lei" e serão presos.

"Ainda neste semestre a ação será implementada, mas sempre com muito diálogo e com uma ação feita de forma humanitária e do ponto de vista medicinal, como recomendam as boas práticas", destacou.

A ação será coordenada pela Secretaria de Desenvolvimento Social do Município e do Estado e pela Secretaria de Saúde da Prefeitura e do Estado. Esta foi a terceira reunião sobre o programa Redenção. A próxima ocorrerá no dia 13 de março.

No encontro da manhã desta terça, estavam os secretários estaduais da Segurança Pública, Mágino Alves, e do Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro, além dos secretários municipais da Saúde, Wilson Pollara, e de Assistência e Desenvolvimento Social, Soninha Francine.

Participou ainda do encontro o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo (OAB-SP), Marcos da Costa, e uma promotora do Ministério Público Estadual.

 

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