João Doria e Geraldo Alckmin: prefeito também é apontado como possível candidato do PSDB à Presidência da República (Twitter/Reprodução)
Reuters
Publicado em 28 de novembro de 2017 às 10h05.
Última atualização em 28 de novembro de 2017 às 10h06.
São Paulo - O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), disse nesta terça-feira não ver problema em o governador paulista, Geraldo Alckmin, presidir o PSDB e ser postulante à candidatura tucana ao Palácio do Planalto e avaliou que a posição de Alckmin está gradualmente se consolidando dentro da legenda.
Em evento em São Paulo, Doria, que também é apontado como possível candidato do PSDB à Presidência da República no ano que vem, foi indagado se haveria problema em Alckmin assumir o comando do PSDB em convenção no início do próximo mês e, ao mesmo tempo, postular a candidatura ao Planalto.
"Creio que não, à medida que vai se consolidando a posição do governador Geraldo Alckmin. Não vejo oposição a isso, se houvesse talvez fosse um fator negativo, mas eu percebo que essa medida tem o amplo apoio do PSDB nacionalmente. Então ela é boa, ela é produtiva", disse Doria a jornalistas.
O prefeito, eleito no ano passado com apoio de Alckmin, elogiou o governador e o apontou como capaz de unir o partido para as eleições do ano que vem.
"Geraldo Alckmin tem credenciais para conduzir o partido com equilíbrio, com essa capacidade de aglutinar todo o PSDB e caminhar para que em 2018 tenhamos uma grande frente de partidos sob a liderança do PSDB e outros partidos importantes também para garantir um projeto de governo liberal, transformador para o Brasil", disse Doria.
Alckmin, apontado como favorito para ser o candidato do PSDB à Presidência, deverá ser candidato único ao comando do partido na convenção marcada para 9 de dezembro, depois de os dois postulantes ao cargo --o senador Tasso Jereissati (CE) e o governador de Goiás, Marconi Perillo-- abrirem mão de suas candidaturas em nome da unidade partidária.
O governador paulista, após encontro na noite de segunda-feira com Tasso, Perillo e o presidente de honra do PSDB, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, se colocou à disposição para ser o nome de consenso para unir a legenda.
O PSDB vive um racha interno entre a ala que defende o desembarque da sigla do governo do presidente Michel Temer, representada por Tasso, e o grupo que defende a manutenção do partido na base governista, liderada pelo presidente licenciado da legenda, senador Aécio Neves (MG), e que tinha Perillo como representante na eleição interna.
Os deputados do PSDB votaram divididos nas duas denúncias criminais contra Temer e o deputado tucano Bruno Araújo (PE) pediu demissão do comando do Ministério das Cidades alegando não ter mais apoio do PSDB para permanecer no posto. Os tucanos ainda ocupam três ministérios no governo Temer --Secretaria de Governo, com Antonio Imbassahy; Relações Exteriores, com Aloysio Nunes; e Direitos Humanos, com Luislinda Valois.
Doria também comentou a troca do comando no Ministério das Cidades, com a saída de Araújo e a chegada de Alexandre Baldy para o comando da pasta.
O prefeito classificou a gestão de Araújo como "extraordinária", ao mesmo tempo que assegurou que a boa relação será mantida sob Baldy, indicado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
"Todos os projetos estão mantidos", garantiu o prefeito aos jornalistas.