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Doria mira em novos acordos e tenta 'possível' aliança com Moro

Após vencer as prévias no PSDB, Doria falou em uma "possível" aliança com o ex-ministro Sérgio Moro e fez elogios aos senadores Simone Tebet (MDB-MS) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG)

Governador de São Paulo, João Doria. (Patricia Monteiro/Bloomberg/Getty Images)

Governador de São Paulo, João Doria. (Patricia Monteiro/Bloomberg/Getty Images)

Drc

Da redação, com agências

Publicado em 29 de novembro de 2021 às 06h00.

O governador de São Paulo, João Doria, e agora candidato à Presidência em 2022 pelo PSDB entra firme na corrida eleitoral com um objetivo imediato: criar novas alianças para se viabilizar como o nome da terceira via, em oposição ao presidente Jair Bolsonaro e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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Um dia após vencer as prévias no PSDB para disputar o Palácio do Planalto, Doria falou neste domingo, 28, em uma "possível" aliança com o ex-ministro Sérgio Moro, que se filiou este mês ao Podemos, e fez elogios aos senadores Simone Tebet (MDB-MS) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Congresso.

"É possível. Eu tenho boas relações com Sérgio Moro e tenho respeito por ele, não haveria nenhuma razão para não manter relações com alguém que ajudou o Brasil, com alguém que contribuiu com a Lava Jato, assim como Simone Tebet, uma brilhante senadora, e o senador Rodrigo Pacheco, com boa postura e equilíbrio", disse o governador em entrevista à CNN Brasil.

Doria busca se viabilizar como alternativa eleitoral em espectro político já congestionado, com outros nomes já colocados, como Moro, Pacheco, Simone, que deve ser lançada nos próximos dias, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e Luiz Felipe D’Avila (Novo).

À CNN, Doria afirmou que já iniciou conversas com alguns pré-candidatos e vai mantê-las nas próximas semanas. "Temos que estar juntos para termos projetos para os brasileiros. Não vejo condições de um projeto do PSDB, mas um projeto de Brasil. Temos que ter humildade, capacidade, bom diálogo e propostas claras e objetivas", afirmou, repetindo o tom do discurso após a vitória nas prévias no sábado, 27.

Na ocasião, ele pregou a união interna do partido e pediu ajuda das demais siglas de centro para a "consolidação" de um "melhor projeto" para o Brasil. "Ninguém faz nada sozinho. Precisaremos da ajuda de todos. Da união do Brasil. Da união do PSDB. Da união com outros líderes e partidos", disse.

Após derrotar o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio nas prévias tucanas, o governador paulista pregou a união interna do partido e pediu ajuda das demais siglas de centro para a "consolidação" de um "melhor projeto" para o Brasil.

"Ninguém faz nada sozinho. Precisaremos da ajuda de todos. Da união do Brasil. Da união do PSDB. Da união com outros líderes e partidos", afirmou no discurso da vitória.

Doria obteve 53,99% dos votos, superando o governador Eduardo Leite (RS), que somou 44,66%, e o ex-senador Arthur Virgílio (AM), com 1,35%. Cerca de 30 mil tucanos votaram.

Corrida eleitoral

Na mais recente pesquisa EXAME/IDEIA, Ciro Gomes (PDT) e Sergio Moro (Podemos) aparecem como os nomes mais fortes da terceira via em 2022, com 7% e 5% das intenções de voto, respectivamente. Tanto Doria quanto Leite figuram com 2% no primeiro turno, e perderiam em um segundo turno para Lula e Bolsonaro.

"Aumenta a probalidade de a gente ter um campo, que é chamado de terceira via, mais povoado. Temos Ciro Gomes e Sergio Moro nesse campo, e no mundo político a probabilidade de composição com o João Doria é pequena, pelo o que foi verbalizado publicamente", diz Maurício Moura, fundador do IDEIA, instituto especializado em pesquisa de opinião pública.

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