Tebet, Doria, Moro e Leite: partidos precisam definir quem será cabeça de chapa. (Tebet: Jefferson Rudy / Agência Senado / Doria: Governo de SP / Divulgação / Moro: Bloomberg / Getty / Leite: Tiago Coelho/Bloomberg via Getty Images/ Montagem/Exame)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 6 de abril de 2022 às 06h00.
Os presidentes do PSDB, MDB e União Brasil se encontram nesta quarta-feira, 6, para debater a convergência dos três partidos em torno de um nome único para a terceira via disputar a Presidência, em outubro deste ano. Esta é a primeira reunião entre os dirigentes após o fim da janela partidária, em que os políticos podiam trocar de partido, sem o risco de perder o mandato.
Bruno Araújo (PSDB), Baleia Rossi (MDB) e Luciano Bivar (União Brasil) têm uma missão difícil após as movimentações da última semana. Tudo ficou estremecido com a quase desistência do ex-governador de São Paulo, João Doria, de concorrer ao Palácio do Planalto pelo PSDB. Aos 45 do segundo tempo, ele voltou atrás da decisão e renunciou ao cargo.
Ainda no ninho tucano, outra conta que precisa ser fechada é sobre Eduardo Leite. O ex-governador do Rio Grande do Sul vem se colocando como uma opção do partido para disputar a Presidência, inclusive tem conversado com Simone Tebet, pré-candidata pelo MDB. Caso o acordo fosse firmado, passaria por cima das prévias do PSDB, feitas em novembro do ano passado, elegendo Doria como pré-candidato.
Outro nome que também quer ser cabeça de chapa é Sergio Moro. Na semana passada - a mais intensa das eleições até o momento - ele trocou o Podemos pelo União Brasil, a princípio, para ser candidato a deputado federal. Um dia depois de se filiar, disse que não tinha desistido do sonho de ser presidente do país e que não era candidato a um cargo no parlamento.
Analistas avaliam que a convergência é fundamental para que um nome consiga ter chances de brigar por uma vaga no segundo turno, contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou contra o presidente Jair Bolsonaro (PL). Na mais recente pesquisa EXAME/IDEIA, o petista teria 40% dos votos, e o presidente Bolsonaro estaria em segundo lugar, com 29%. Ciro Gomes (PDT) e Moro teriam 9% cada.
A sondagem ouviu 1.500 pessoas entre os dias 18 e 23 de março. As entrevistas foram feitas por telefone, com ligações tanto para fixos residenciais quanto para celulares. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral com o número BR-04244/2022. A pesquisa EXAME/IDEIA é um projeto que une EXAME e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. Confira o relatório completo aqui.
Logo que lançou sua pré-candidatura, no fim do ano passado, Sergio Moro ganhou a simpatia do eleitorado e chegou a ultrapassar Ciro Gomes nas pesquisas seguintes, figurando com 11% das intenções de voto. Com o passar do tempo, o seu nome perdeu fôlego e agora ele está empatado com o pedetista, em uma simulação de primeiro turno. Mas a situação não é só ruim para o ex-juiz e ex-ministro do governo Bolsonaro, toda a terceira via, somada, não chega a 24% das intenções de voto.