João Doria: o prefeito pediu "cuidado e atenção na tomada de decisões" (Christopher Goodney/Bloomberg)
Estadão Conteúdo
Publicado em 7 de julho de 2017 às 14h17.
Última atualização em 7 de julho de 2017 às 14h20.
São Paulo - Após o presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (PSDB), ter feito um aceno ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em caso de eventual sucessão do presidente Michel Temer (PMDB), o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), disse nesta sexta-feira, 7, que o líder nacional do partido não pode tomar "decisões dessa natureza individualmente".
Doria pediu ainda "cuidado e atenção na tomada de decisões".
O prefeito tucano defendeu que o PSDB precisa ouvir parlamentares, governadores e prefeitos da legenda para tomar uma decisão compartilhada.
A declaração foi dada após evento no Templo de Salomão, com a presença também do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que não quis falar com a imprensa.
"Entendo que o PSDB, para tomar uma medida, deve construir isso dentro de uma reunião. Não creio que apenas o presidente, ainda que com todo respeito que devemos ao senador Tasso Jereissati, possa tomar uma decisão dessa natureza individualmente", afirmou Doria.
"É uma decisão que deve reunir as lideranças do partido e minimamente a Executiva Nacional, e aí sim se tomar a decisão."
O prefeito de São Paulo desconversou quando questionado sobre sua posição pessoal, voltando a reafirmar a necessidade de uma decisão coletiva.
"Não cabe a mim essa decisão. Essa é uma decisão da Executiva", disse. Doria reconheceu que a crise política cresceu e que a situação do governo Temer "piorou nas últimas semanas". Segundo ele, "isso é de uma evidência muito clara".
Conforme o jornal O Estado de S. Paulo informou nesta quinta-feira, 6, Tasso reclamou que "não dá para viver cada semana uma nova crise" e que "está na hora de buscar alguma estabilidade" para o Brasil.
Embora tenha dito que ainda é "precipitado" falar em nomes para uma "transição", Tasso afirmou que o candidato "tem que ser alguém que dê governabilidade" para o País até a eleição de 2018. "Isso não é algo difícil de se encontrar", minimizou.
"Na travessia, se vier, têm várias opções. Se vier um afastamento pela Câmara, ele (Maia) é presidente por seis meses. Se Temer renunciasse já seria diferente, mas, se passar a licença para a denúncia, aí ele (Maia) é presidente por seis meses e tem condições de fazer, até pelo cargo que possui na Câmara, de juntar os partidos ao redor com um mínimo de estabilidade para o País", declarou o tucano.
Ele disse que está sempre aberto para tratar de uma "saída negociada" com Temer.