Governador de São Paulo, João Doria. (Carla Carniel/Reuters)
Reuters
Publicado em 12 de setembro de 2021 às 16h21.
Última atualização em 12 de setembro de 2021 às 18h49.
SÃO PAULO (Reuters) - O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse neste domingo que o governo estadual recorrerá ao Supremo Tribunal Federal (STF) caso não receba até terça-feira 1 milhão de doses da vacina da AstraZeneca contra Covid-19 do Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde a que afirma ter direito.
A pasta nega dever essas doses ao Estado e afirma que a falta de doses do imunizante para aplicação da segunda dose em São Paulo se deve ao fato de autoridades paulistas terem usado as doses reservadas para a segunda aplicação para acelerar a primeira dose, o que a Secretaria de Saúde paulista nega.
"O Ministério da Saúde deve sim 1 milhão de doses da vacina AstraZeneca a São Paulo e terá que disponibilizar até terça-feira. Se não o fizer, como já aconteceu outras vezes, vamos ao Supremo Tribunal Federal. A mesma corte que foi atacada pelo presidente Jair Bolsonaro é quem defende a Justiça e o Direito no Brasil", disse Doria em entrevista coletiva.
Ele falou no Centro de Operações da Polícia Militar antes de ir à Avenida Paulista para participar de protestos pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável pelo envase no Brasil da vacina contra Covid-19 desenvolvida pela AstraZeneca com a Universidade de Oxford, atrasou as entregas do imunizante ao PNI após a demora na chegada do insumo farmacêutico ativo (IFA) da vacina, que chegou apenas no final de agosto. A expectativa da Fiocruz é retomar as entregas nesta semana.
No mês passado, o governo de São Paulo obteve liminar do ministro Ricardo Lewandowski determinando que o Ministério da Saúde enviasse ao Estado vacinas da Pfizer contra a Covid-19 que o governo paulista afirmava ter direito no PNI. Na ocasião, o ministério disse que o envio em quantidade menor era uma compensação por doses retiradas a mais por São Paulo da CoronaVac, o que o Estado nega, e uma equalização no ritmo de vacinação entre os Estados.