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Insatisfeito, Doria deve realocar Bruno Covas na Prefeitura

O vice de SP está à frente da pasta de Prefeituras Regionais, que cuida dos serviços que têm sido alvo de queixas, como limpeza e manutenção de ruas

Doria e Covas: Também causou desconforto neste mês dentro da Prefeitura o fato de o vice ter ficado 12 dias fora (Bruno Covas/Facebook/Divulgação)

Doria e Covas: Também causou desconforto neste mês dentro da Prefeitura o fato de o vice ter ficado 12 dias fora (Bruno Covas/Facebook/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de outubro de 2017 às 09h09.

Última atualização em 19 de março de 2018 às 15h57.

São Paulo - Em meio a uma crise interna e a críticas sobre a zeladoria da cidade, o prefeito de São Paulo, João Doria, deve promover nesta semana uma mudança no primeiro escalão da Prefeitura para realocar Bruno Covas, seu vice.

Hoje ele está à frente da pasta de Prefeituras Regionais, que cuida dos serviços que têm sido alvo de queixas, como limpeza e manutenção de ruas.

O prefeito não está satisfeito com os resultados da pasta - a zeladoria é uma das principais bandeiras da gestão. Nesta semana, o adjunto das Prefeituras Regionais, Fábio Lepique, foi demitido por Doria, o que contrariou Covas.

Também causou desconforto neste mês dentro da Prefeitura o fato de o vice ter ficado 12 dias fora - dez deles em viagem oficial a Paris.

A tendência, segundo apurou a reportagem, é de que Covas assuma a Secretaria de Governo, ocupada hoje por Julio Semeghini, que tem sofrido ataques de vereadores da base. Assim, Covas seria remanejado para uma pasta considerada importante, em um aceno de que Doria quer o vice como aliado.

Diante de uma disputa velada entre Doria e o governador Geraldo Alckmin pela candidatura do PSDB à Presidência em 2018, Bruno Covas se tornou peça-chave.

Ele é quem assume a Prefeitura numa eventual candidatura de Doria ao Planalto ou ao governo do Estado. Por isso, o prefeito não poderia rifá-lo, segundo aliados.

Questionado no domingo, 29, Doria não detalhou planos, mas disse que haverá mudanças. "O Bruno segue muito prestigiado. É o vice-prefeito, competente, sério, dedicado, além de tudo é meu amigo. Somos parceiros nisso. Foi eleito com os mesmos votos que eu fui. Então estamos fazendo esse arranjo e essas mudanças em conjunto. Até terça-feira anuncio", disse ele, em agenda na zona leste.

Na convenção do diretório municipal do PSDB ontem, na capital, militantes fizeram uma espécie de ato de desagravo a Covas após a demissão de Lepique.

Alguns gritaram o nome do vice como candidato a governador. No evento, Doria fez questão de gravar um vídeo ao lado de Covas para tentar demonstrar união. Procurado, Covas não quis comentar o assunto.

Neste mês, o jornal O Estado de S. Paulo mostrou que oito de nove serviços de zeladoria da cidade, como reparos de calçada e varrição, recuaram entre janeiro e agosto, ante o mesmo período em 2016. Para tentar reverter o quadro, Doria deve não só trocar Covas como anunciar mudanças na execução dos serviços.

"A partir de 1º de novembro já muda. Vamos fazer ações conjuntas e coletivas. Vamos englobar o mutirão Mário Covas, Calçada Nova, Cidade Linda, Bairro Lindo, todos numa única ação, durante todas as próximas semanas", disse, sem detalhar a proposta.

Troca

Segundoa reportagem apurou, dois nomes estão no páreo para as Prefeituras Regionais: Cláudio Carvalho, titular da pasta de Investimento Social, e Paulo Mathias, prefeito regional de Pinheiros, na zona oeste. Ex-diretor da construtora Cyrela, Carvalho assumiu o órgão responsável por negociar doações da iniciativa privada à Prefeitura em junho e tem agradado Doria.

Mathias também tem sido elogiado pelo prefeito por causa das parcerias com empresas, mas tem planos de concorrer a deputado estadual pelo PSDB.

"Não há minirreforma. Há ajustes que são necessários como em qualquer empresa e gestão pública atenta. Tem de melhorar, fazer aprimoramentos", disse Doria.

"A primeira área é a Secretaria de Prefeituras Regionais. Vamos cobrar mais dos prefeitos, embora estejam desempenhando bem, na média. Mas a cobrança vai aumentar, o grau de exigência vai subir."

Também é esperada a adesão do PR à gestão. A sigla, que tem bancada de quatro vereadores, negocia a pasta do Verde e do Meio Ambiente desde setembro, quando foi demitido Gilberto Natalini (PV).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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