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Doria demite homem de confiança do vice Bruno Covas

O motivo da saída de Fábio Lepique, influente dirigente tucano, é uma série de atritos entre ele e secretários da gestão Doria mais alinhados ao prefeito

Doria e Covas (Bruno Covas/Facebook/Divulgação)

Doria e Covas (Bruno Covas/Facebook/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de outubro de 2017 às 09h56.

Última atualização em 19 de março de 2018 às 15h58.

Homem de confiança do vice-prefeito Bruno Covas e responsável pelas ações de zeladoria em São Paulo, o secretário-adjunto de Prefeituras Regionais, Fábio Lepique, será demitido pelo prefeito João Doria (PSDB). A exoneração deve ser publicada até sábado no Diário Oficial.

O motivo da saída de Lepique, influente dirigente tucano na capital paulista, é uma série de atritos entre ele e secretários da gestão Doria mais alinhados ao prefeito e as críticas envolvendo os serviços de zeladoria, uma das bandeiras de Doria.

O principal embate envolveu a cassação do alvará do Shopping 25 de Março, maior empreendimento no principal centro popular de compras da capital, segundo a reportagem apurou. O prédio foi lacrado em setembro por Bruno Covas, que também é secretário das Prefeituras Regionais, em ação conjunta com a Receita Federal por causa da venda de mercadorias irregulares. Segundo a Receita, mais de 880 toneladas de produtos avaliados em R$ 440 milhões foram apreendidas na operação.

Na última reunião de secretariado de Doria, o secretário de Justiça, Anderson Pomini, um dos mais próximos do prefeito, defendeu a reabertura do shopping por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) no qual os próprios lojistas fiscalizariam o comércio local, com o argumento de que mais de 900 famílias estariam sendo prejudicadas com o fechamento do estabelecimento.

Como Bruno Covas estava em viagem a Paris, coube a Lepique, seu adjunto, defender a ação e rebater Pomini. O embate causou uma crise política na Prefeitura entre os grupos de Covas e de Doria. Aliados do prefeito já haviam se queixado da duração da viagem do vice, que ficou 12 dias na França neste mês.

Também pesou para o desgaste de Lepique as críticas que a gestão Doria tem sofrido por causa dos problemas de zeladoria da cidade. No início do mês, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que oito de nove serviços de zeladoria, como reparos de calçadas, varrição de rua e limpeza de pichações, tiveram queda nos oito primeiros meses da administração tucana em comparação com o mesmo período de 2016.

"O Lepique merece todo o respeito da gestão, mas há circunstâncias onde mesmo boas pessoas podem receber alterações de posição sem que isso implique um juízo negativo de ordem pessoal. Precisamos melhorar a qualidade da zeladoria da cidade", disse Doria à reportagem. O prefeito negou que a decisão tenha relação com a questão do shopping.

Política

A queda de Lepique marca um distanciamento entre o prefeito Doria e seu vice, que é apontado por tucanos hoje como uma das lideranças mais próximas do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Doria e Alckmin postulam a vaga de candidato à Presidência da República pela PSDB. (Colaborou Fabio Leite)

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