São Paulo: os servidores voltam ao trabalho na quarta, após o feriado de 7 de setembro, que acontecerá na terça (Carla Carniel/Reuters)
Reuters
Publicado em 31 de agosto de 2021 às 11h03.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), decretou ponto facultativo no dia 6 de setembro, véspera do feriado do Dia da Independência, quando manifestações a favor e contra o governo do presidente Jair Bolsonaro estão marcadas para a capital paulista.
Com o decreto, fica suspenso o expediente nas repartições públicas estaduais na próxima segunda-feira, dia 6 de setembro. Dessa forma, os servidores voltam ao trabalho na quarta, após o feriado de 7 de setembro, que acontecerá na terça.
"Os serviços essenciais e de interesse público que tenham funcionamento ininterrupto terão expediente normal. Os servidores deverão compensar o ponto facultativo, de acordo com a jornada de trabalho a que estiverem sujeitos, com o limite de uma hora diária a mais", disse o governo do Estado em nota.
Bolsonaro pretende dar uma demonstração de força e apoio popular em manifestações marcadas para o 7 de setembro. Ele afirmou que discursará pela manhã na manifestação de Brasília e, à tarde, irá a São Paulo, onde pretende fazer um discurso mais longo na Avenida Paulista, que deve concentrar o maior contingente de apoiadores do presidente no 7 de setembro.
No mesmo dia, no Vale do Anhangabaú, também na região central da capital paulista, grupos contrários a Bolsonaro também farão uma manifestação.
O governo de São Paulo havia proibido o ato contra Bolsonaro no dia 7 de setembro por receio de que houvesse confronto com apoiadores do presidente e argumentando que os grupos contrários a ele marcaram protestos para o dia 12 de setembro. Entretanto, uma decisão liminar do Tribunal de Justiça do Estado assegurou a realização da manifestação contrária a Bolsonaro.
Os atos marcados para o dia 7 de setembro serão acompanhados com lupa em meio a uma escalada de ataques de Bolsonaro e de seus apoiadores ao Supremo Tribunal Federal e a falas recentes do presidente como, por exemplo, a de que poderia atuar fora das quatro linhas da Constituição para conter o que chama de excessos da corte, especialmente dos ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.
Além disso, a possibilidade da participação de policiais militares nos atos pró-Bolsonaro também é vista com preocupação. Doria recentemente afastou do comando de um batalhão de policiamento do interior do Estado um coronel da PM paulista que fez convocações em suas redes sociais para os atos a favor de Bolsonaro. Policiais militares são proibidos por lei de participarem ou realizarem manifestações políticas.