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Doria critica exposição do MAM: “tudo tem limite”

MP-SP abriu inquérito para apurar denúncias contra performance feita no MAM na última terça-feira

Performance de Wagner Schwartz no MAM é acusada de pedofilia (Atraves.tv/Reprodução)

Performance de Wagner Schwartz no MAM é acusada de pedofilia (Atraves.tv/Reprodução)

Talita Abrantes

Talita Abrantes

Publicado em 30 de setembro de 2017 às 16h40.

Última atualização em 30 de setembro de 2017 às 17h11.

São Paulo - O prefeito de São Paulo, João Doria, condenou neste sábado (30) o conteúdo de duas exposições que deram o que falar no último mês: a Queermuseu – Cartografias da Diferença da Arte Brasileira, no Rio Grande do Sul, e a mostra 35º Panorama da Arte Brasileira, no MAM, em São Paulo.

Segundo ele, as duas mostras “afrontam o direito, a liberdade e, obviamente, a responsabilidade” e que, apesar da arte ser uma “manifestação muito aberta, tudo tem limite”.

“O MAM é uma instituição séria, não pode, em nome dessa liberdade, permitir que uma cena libidinosa que estimula uma relação artificial, condenada e absolutamente imprópria seja colocada para o público”, afirmou o prefeito em vídeo publicado no Facebook na tarde deste sábado (30).

Ele se refere à performance do artista fluminense Wagner Schwartz durante evento no  Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) na última terça-feira (26). Na ocasião, uma criança foi filmada tocando as mãos e os pés do artista, enquanto ele se apresentava nu.

Segundo o prefeito, a apresentação fere o Estatuto da Criança e do Adolescente. “Ao ferir, deve ser imediatamente retirado e condenado”, disse.

Nesta sexta, o Ministério Público de São Paulo instaurou um inquérito contra o MAM para apurar as denúncias contra a performance. O promotor de justiça Eduardo Dias, responsável pelo caso, solicitou que o Youtube e o Facebook também retirem do ar imagens de crianças e adolescentes na exposição. A Procuradoria pediu ainda informações ao MAM sobre a classificação etária do evento e um parecer do Ministério da Justiça sobre o caso.

Em nota, o museu afirma que as acusações são fruto de deturpação do contexto da obra. “A sala estava devidamente sinalizada sobre o teor da apresentação, incluindo a nudez artística, seguindo o procedimento regularmente adotado pela instituição de informar os visitantes quanto a temas sensíveis”, afirma o texto.

Por outro lado, nesta semana, o Ministério Público Federal recomendou ao Santander a reabertura imediata da exposição Queermuseu – Cartografias da Diferença da Arte Brasileira até a data original do encerramento da mostra.

A exposição foi fechada pela direção do banco em 10 de setembro depois que entidades avaliaram o evento como ofensivo, por apresentar, segundo essa visão, obras que difundem a pedofilia e a zoofilia e usam de blasfêmia contra símbolos católicos.

“Aqueles que promovem a arte no Brasil tenham consciência de que é preciso respeitar aqueles que frequentam o espaço público, respeitar a família, respeitar os direitos, respeitar as religiões, respeitar a liberdade alheia”, disse o prefeito.

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