Anúncio: o governador vai tornar obrigatório o uso de máscaras no transporte coletivo de São Paulo. (Governo do Estado de São Paulo/Divulgação)
Clara Cerioni
Publicado em 29 de abril de 2020 às 13h35.
Última atualização em 29 de abril de 2020 às 14h55.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), rebateu nesta quarta-feira, 29, as declarações do presidente Jair Bolsonaro - que disse que cabia a Doria explicar o alto número de mortos pela covid-19 no estado e responsabilizou governadores e prefeitos pelos óbitos - e cobrou respeito pelas vítimas da pandemia.
"Saia dessa sua redoma de Brasília e venha visitar comigo o Hospital das Clínicas, o Hospital do M'Boi Mirim aqui na capital de São Paulo e os hospitais de campanha. Venha ver a ver a gripezinha e o resfriadozinho, as pessoas agonizando nos leitos", disse em entrevista coletiva.
Doria também criticou Bolsonaro por ter respondido "quer que eu faça o quê?" quando indagado por jornalistas sobre o recorde diário de mortes por Covid-19 registrado na terça-feira e pelo fato de o Brasil ter superado o número de mortes da China.
"Respeite os médicos os profissionais de Saúde que ao contrário do senhor, que vai pro estande de tiro, estão trabalhando para salvar vidas e proteger seres humanos".
"Eu posso enumerar, presidente Jair Bolsonaro, algumas atitudes que o senhor já deveria ter tomado como presidente da República e não adotou. Esta é a resposta do 'fazer o quê?' É fazer aquilo que o senhor não fez", disse Doria em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.
"Começando por respeitar os brasileiros que o elegeram presidente da República e os que não o elegeram também. Respeitando pais, mães, avós, parentes e amigos que perderam sua vida no Brasil pelo coronavírus. O coronavírus que o senhor classificou de uma 'gripezinha'", disparou.
O governador ainda mencionou a ida do presidente a um estande de tiro no dia em que o país alcançou a marca de 5 mil mortes por coronavírus. "Bolsonaro, em vez de treinar tiro, treine a compaixão", disse .
Doria, que tinha ao seu lado o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), também anunciou que, a partir de 4 de maio, será obrigatório o uso de máscaras nos transportes públicos de responsabilidade do Estado e da prefeitura, assim como em táxis e transportes por aplicativo