Vagões desativados em estação ferroviária inaugurada em 1889 pela Estrada de Ferro Sorocabana (Rubens Chaves/Pulsar)
Fabiane Stefano
Publicado em 19 de outubro de 2020 às 14h27.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta segunda-feira (19) o investimento privado de R$ 6 bilhões, pela empresa Rumo Logística, na reestruturação da malha ferroviária do Estado. O empreendimento faz parte do plano de retomada econômica 21/22, anunciado na última seman,a e abarca obras de duplicação, reativação de trechos inativos, ampliação de pátios e modernização da rede ferroviária.
Segundo Doria, o investimento deve gerar 134 mil novos empregos e impactar 5 milhões de pessoas em 72 municípios paulistas, entre eles Campinas, Catanduva, Cubatão, Limeira, São Carlos, São José do Rio Preto e Votuporanga, que ganharão "mais segurança viária e mobilidade urbana".
"Esta ação solidifica a posição do Estado de São Paulo como principal corredor de exportação do agronegócio brasileiro", reforçou o governador, durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. Já em 2021, com a início da operação da malha norte-sul, estados como Goiás e Tocantins também poderão escoar suas produções pelo sistema ferroviário paulista.
O Porto de Santos também será adequado à nova realidade do volume de cargas que, de acordo com estimativas da Rumo Logística, deve aumentar 70% com a operação plena de todo o sistema de trilhos.
Em 32 dos 72 municípios beneficiados pela iniciativa, as obras preveem a eliminação dos conflitos entre ferrovias e zonas urbanas, como acontece em Campinas, Catanduva, Cubatão, Limeira, São Carlos, São José do Rio Preto e Votuporanga.
"Todo o trajeto nessas localidades será feito por anéis ferroviários, e não mais cruzando os municípios", explicou João Alberto Abreu, presidente da Rumo Logística. Oficinas de manutenção, como em Araraquara e Rio Claro, também serão desativadas.
Na coletiva de imprensa, Abreu também destacou a eficiência ambiental do transporte ferroviário. "Enquanto um caminhão emite 100 g de CO2/ eq TKU [tonelada quilômetro útil], um trem com 100 vagões emite 15,82g. São necessários 357 caminhões para substituir um trem com o número de vagões citado", explicou o executivo.