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Dono de barco que naufragou no Pará é indiciado

O naufrágio ocorrido na última terça-feira (22) com a embarcação Capitão Ribeiro, no Rio Xingu, deixou 23 mortos

Pará: trinta passageiros sobreviveram (TV Liberal/Reprodução)

Pará: trinta passageiros sobreviveram (TV Liberal/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de agosto de 2017 às 20h21.

A promotora de Justiça de Porto de Moz, no sudoeste do Pará, Juliana Felix, abriu inquérito civil para apurar as causas e responsabilidades do naufrágio ocorrido na última terça-feira, 22, com a embarcação Capitão Ribeiro, no Rio Xingu, que deixou 23 mortos. Trinta passageiros sobreviveram.

Segundo ela, "existem indícios de negligência, imprudência e assunção de risco" do piloto e do dono do barco, Alcimar Almeida da Silva, que teriam contribuído para o acidente que resultou na morte de 23 pessoas.

O Ministério Público do Estado vai pedir cópias de todos os depoimentos prestados até agora por 20 sobreviventes e por Silva.

De acordo com o delegado Élcio de Deus, o dono da embarcação deve responder judicialmente por ter colocado em risco a segurança da navegação fluvial, por conduzir o barco sem a autorização de órgão público e também por ter contribuído para a morte dos passageiros.

O delegado indiciou Silva no artigo 261 do Código Penal, pelo qual é crime expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou praticar qualquer ato que possa impedir ou dificultar a navegação marítima, fluvial ou aérea. A pena é de dois a cinco anos de prisão.

Ele também avaliava, nesta segunda, incluir o barqueiro no artigo 261 combinado ao artigo 263, o que poderia aumentar a pena de Silva, com implicações relativas ao homicídio culposo.

A promotora Juliana Félix poderá aceitar ou não o enquadramento, ampliá-lo, ou até mesmo propor novas diligências.

A Capitania dos Portos e a Agência de Regulação e Controle de Serviços Públicos do Estado do Pará (Arcon) serão acionadas pelo MP para que prestem informações sobre a embarcação.

"Posteriormente nós vamos começar a oitiva dos envolvidos tanto dos possíveis suspeitos como dos sobreviventes do naufrágio", destacou a promotora.

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