Marielle Franco: "A vereadora Marielle era uma importante líder política no Estado do Rio de Janeiro", disse Raquel Dodge (Câmara do Rio/Divulgação)
Reuters
Publicado em 16 de março de 2018 às 16h06.
Última atualização em 16 de março de 2018 às 20h18.
Brasília - A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou nesta sexta-feira esperar que não seja necessário haver um pedido formal de federalização das investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista dela, Anderson Pedro Gomes, ocorrido há dois dias no Rio de Janeiro.
"Nossa expectativa é de que isso não seja necessário porque temos um país em que o nível de impunidade ainda é muito elevado, (por isso) que acompanhamos todas as investigações com muita seriedade desde o seu nascedouro", disse.
Na véspera, a chefe do Ministério Público Federal abriu um procedimento preliminar para avaliar a necessidade de se federalizar a apuração. A intenção de Dodge, segundo uma fonte próxima a ela, é acompanhar as investigações feitas pela Polícia Civil do Estado sobre o assassinato e, em caso de eventuais falhas, pedir ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) que deixe a investigação a cargo de autoridades federais.
Em entrevista durante passagem por Porto Alegre, em encontro com procuradores da Lava Jato, operação que completa quatro anos nesta sexta, Dodge classificou os assassinatos de líderes políticos como um "atentado à democracia".
"A vereadora Marielle era uma importante líder política no Estado do Rio de Janeiro e era uma líder política, porque era defensora de direitos humanos, ela dava voz à comunidade, dava voz aos que não têm voz e conseguiu, por sua atuação vibrante, expressiva, ser a voz da comunidade contra a corrupção policial, contra a corrupção de verbas públicas e estes dois temas estão unidos", disse.