Ernesto Araújo: ministro participou hoje (8) de uma reunião com conselheiros da Fiesp (José Cruz/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 8 de abril de 2019 às 14h38.
Última atualização em 8 de abril de 2019 às 14h42.
São Paulo — O ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, reconheceu na manhã desta segunda-feira, 8, a aproximação de agenda com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ele negou, no entanto, que isso signifique alinhamento automático à agenda de Washington.
"Dizem que somos trumpistas, o que é um pouco verdade. Admiro muito o presidente Trump e as mudanças que ele trouxe aos Estados Unidos", afirmou Araújo, durante reunião com conselheiros da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Para o chanceler, além de trumpista, ele é seguidor do pensamento do ex-presidente americano Ronald Reagan. "Admiro muito os princípios de patriotismo e abertura econômica que Reagan introduziu", disse.
Araújo rebateu ainda as críticas à visita do presidente Jair Bolsonaro e dele a Trump, há duas semanas. Para o ministro, esta rejeição é fruto de um "antiamericanismo, um espinho encravado na nossa carne".
"O presidente e eu fomos lá e arrancamos este espinho. E isso dói. Mas quando cicatrizar, as pessoas vão ver que era necessário arrancar", disse o ministro.
Na sequência, ele refutou a tese de alinhamento automático. "O que há é um desejo de rotulagem dos críticos", comentou.
Ernesto defendeu a aproximação do Brasil com Israel e negou que isso vai resultar em perdas comerciais ao País.
"Não há nenhum indício que aproximação de Israel resulte em perdas comerciais com países árabes", afirmou o ministro. "Isso (perda de mercado) não está acontecendo, e as pessoas continuam falando nisso. Temos certeza que isso não está acontecendo."
A aproximação entre Brasil e Israel é alvo de críticas de países árabes e exportadores brasileiros, que temem perda de mercado, especialmente no segmento de proteína animal.
Para Araújo, no entanto, a aproximação com Israel não significa menor relação com países árabes.
Ele citou, por exemplo, que está em conversas com fundos de investimento dos Emirados Árabes Unidos e que este país quer intermediar a aproximação comercial do Brasil com a Índia.
Ministro de Relações Exteriores elogiou a escolha do novo chefe da pasta da educação, Abraham Weintraub, no lugar de Ricardo Vélez Rodríguez. "Eu o conheço bem. É uma excelente escolha do presidente Jair Bolsonaro", afirmou, durante reunião com empresários e conselheiros da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Araújo respondia a perguntas da plateia quando a notícia da escolha de Weintraub circulou.
O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, tomou a palavra e disse que não conhece o novo ministro, mas que a entidade está de portas abertas a ele.
Na sequência, Araújo disse que defende mudanças na política educacional brasileira e que Weintraub deve buscar uma conexão com o setor produtivo.