Manifestantes realizaram atos contra o governo do presidente Jair Bolsonaro na avenida Paulista, em São Paulo, São Paulo (Amanda Perobelli/Reuters)
Agência O Globo
Publicado em 12 de setembro de 2021 às 17h16.
Última atualização em 12 de setembro de 2021 às 17h17.
RIO — As manifestações pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ocorreram neste domingo em ao menos dez capitais brasileirase no Distrito Federal, mas a divisão da oposição acabou esvaziando o primeiro protesto contra o governo após os atos antidemocráticos de apoio ao presidente no 7 de setembro.
Inicialmente, a mobilização — convocada pelo Movimento Brasil Livre (MBL), Vem Pra Rua e Livres — pretendia fazer um protesto com o mote "Nem Bolsonaro, nem Lula", em apoio a uma terceira via nas eleições de 2022. Ao longo da semana, porém, num sinal para receber a adesão de outras siglas de esquerda, o grupo concordou em fazer um protesto apenas pedindo a saída de Bolsonaro do cargo. No entanto, o PT, movimentos sociais ligados ao partido e o PSOL decidiram não participar.
Na Avenida Paulista, o ato reuniu pré-candidatos à Presidência de diversos campos políticos, como o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), e o ex- presidente do Novo, João Amoedo. A avenida não chegou a ser totalmente interditada, e a maior concentração de pessoas era num trecho de cerca de 500 metros entre os prédios da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e do Museu de Artes de São Paulo (Masp). Um boneco inflável com Bolsonaro e Lula abraçados — e o petista usando roupa de presidiário, chegou a ser erguido ao lado do carro de som.
Em Brasília, um grupo de cerca de mil pessoas que inclui desde militantes do PCdoB a grupos liberais como MBL e Livres também se juntou para se manifestar contra o governo Bolsonaro. Os manifestantes se concentraram na Esplanada dos Ministérios.
A pedido das lideranças, a maioria dos participantes foi ao ato usando a cor branca. Nos discursos, realizados de um trio elétrico, os representantes dos movimentos valorizaram a união de diversos grupos apesar das divergências ideológicas e pediram o impeachment do presidente Bolsonaro.
Alguns manifestantes levaram faixas em que cobravam punição à família Bolsonaro pelos escândalos de corrupção em que estão envolvidos e defendendo os ministros do Supremo Tribunal Federal, que foram atacados repetidamente pelo presidente nas últimas semanas. Em uma delas, havia os dizeres “Quem tem medo da Justiça é bandido”. Outras faixas cobravam outros aliados de Bolsonaro, como o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que é o responsável pela abertura ou não de um processo de impeachment.
Na capital pernambucana, o ato começou às 13h, no Marco Zero. Ao menos 11 movimentos políticos participaram da manifestação. Segundo o G1, o grupo entoava o grito “se o povo se unir, Bolsonaro vai cair”. Os manifestantes também fizeram alertas pelas mortes por Covid-19 no Brasil. A dispersão dos participantes ocorreu às 15h30.
Em Curitiba, o ato começou à tarde e foi convocado pelo partido Novo, com o apoio das legendas PDT, PSDB e PCdoB. A maioria dos manifestantes vestia camisetas brancas e estendeu faixas pedindo o impeachment de Bolsonaro e o combate à pandemia da Covid-19. O encontro foi realizado na Rua XV de Novembro, no Centro da capital.
Em Fortaleza, o ato começou por volta de 15h30. O protesto é realizado na Praça Portugal, no bairro Aldeota. Também vestidos de branco, os manifestantes exibem faixas e gritam "fora Bolsonaro".
Já em Goiânia, um grupo se reuniu em frente à sede da Polícia Federal e interditou os dois sentidos da Alameda Coronel Eugênio Jardim, no Setor Bela Vista.
No Espírito Santo, a manifestação começou às 9h30 na Praça do Papa, em Vitória. Os manifestantes saíram em carreata até Vila Velha, por volta das 10h20.
Em Belo Horizonte, o ato contra o presidente Jair Bolsonaro ocorreu na Praça da Liberdade, no centro da capital mineira. Assim como no Rio e em Vitória, as manifestações não tiveram uma grande adesão.