Protestos: na capital paulista, o protesto ocorreu no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista (Nacho Doce/Reuters)
Agência Brasil
Publicado em 19 de fevereiro de 2018 às 21h01.
Manifestantes promoveram nesta segunda-feira (19) atos em diversos estados contra a reforma da Previdência. A mobilização foi organizada por centrais sindicais e movimentos sociais.
Na capital paulista, o protesto ocorreu no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista. A via ficou interditada nos dois sentidos. De acordo com os organizadores, 20 mil pessoas, entre eles servidores municipais, participaram da mobilização que teve início às 16h e foi convocada pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, das quais participam movimentos populares e centrais sindicais. A Polícia Militar não estimou o número de participantes.
De acordo com a Central Única dos Trabalhadores (CUT) em São Paulo, diversas categorias - entre eles metalúrgicos, petroleiros, eletricitários, motoristas, químicos e servidores públicos - participaram, em pelo menos 17 cidades, de atos, bloqueios de vias e paralisações ao longo do dia.
Em Sorocaba, os motoristas de ônibus interromperam o serviço de transporte no início da manhã. Também houve paralisação em algumas linhas de ônibus da cidade de Guarulhos. Os metroviários, por sua vez, fizeram panfletagem em defesa da aposentadoria.
Agências bancárias em São Paulo e em Osasco ficaram fechadas até as 12h. Na Baixada Santista, ocorreram protestos em frente ao prédio do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). No início da manhã, foram bloqueados trechos das rodovias Régis Bittencourt e Dutra.
Grupos de manifestantes bloquearam o trânsito em algumas avenidas de Salvador, como a ACM e Paralela, por cerca de duas horas pela manhã. Com isso, passageiros de ônibus tiveram que seguir a viagem a pé. Parte dos motoristas e cobradores de ônibus. que trabalham nas empresas da capital e região metropolitana, aderiu ao movimento.
Segundo a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), os atos ocorreram em outras cidades, como Camaçari, Feira de Santana, Irecê, Itabuna e Jequié.
Em Camaçari, região metropolitana de Salvador, um policial militar atirou em um carro de som usado em um protesto. Segundo a PM, o policial - cujo nome não foi divulgado - integra o batalhão que negociava com os manifestantes a liberação de uma avenida que havia sido bloqueada. Não houve feridos.
Em nota, a PM informou que colheu o depoimento do policial para adotar as providências legais adequadas. O militar responderá a processo apuratório, sendo afastado de suas atividades de rotina.
Também em nota, o diretório estadual da Central Única dos Trabalhadores (CUT) repudiou "veementemente" a atitude dos policiais que, na avaliação da entidade, "tentaram impedir de forma violenta uma manifestação pacífica de interesse da sociedade".
Manifestantes fizeram um ato no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitscheck à espera de deputados e senadores que chegavam à capital federal. Exibindo faixas e cartazes com frases como "Deputado(a), vote contra a Reforma da Previdência" e "Quem votar[a favor] não volta", os participantes distribuíram panfletos pedindo que os eleitores cobrem dos parlamentares que votem contra as mudanças previdenciárias.
Em Goiânia, manifestantes organizados pelo Fórum Goiano contra a Reforma da Previdência reivindicaram que deputados e senadores do estado não aprovem as mudanças nas regras previdenciárias para não prejudicar os trabalhadores.
O grupo se concentrou diante da agência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) da região central da capital goiana, de onde seguiram para a Assembleia Legislativa. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Sintsep), Ademar Rodrigues, as várias propostas que vêm sendo apresentadas à população retiram direitos conquistados pelos trabalhadores. "Este ato de hoje foi amplamente positivo por sinalizar aos deputados e senadores o repúdio dos trabalhadores".
Em Florianópolis, ônibus ficaram parados nas garagens devido à adesão dos rodoviários filiados ao Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Urbano de Passageiros da Região Metropolitana de Florianópolis (Sintraturb). Segundo a Secretaria Municipal de Transporte e Mobilidade Urbana, cerca de 230 mil pessoas utilizam o sistema diariamente. A prefeitura autorizou motoristas de vans, veículos escolares e ônibus de turismo a transportarem passageiros.
Trabalhadores da Autarquia de Melhoramentos da Capital (Comcap) paralisaram a coleta de lixo e a limpeza de vias públicas por 24 horas. Segundo o presidente da Comcap, Carlos Alberto Martins, os serviços só devem ser retomados a partir das 7h desta terça-feira (20) e a previsão é que a coleta de lixo seja rapidamente normalizada.
Segundo o diretório estadual da CUT, foram realizados atos em Araranguá, Blumenau, Chapecó, Criciúma, Lages e Joinville.
Os protestos ocorreram, pela manhã, em frente às duas subsidiárias da Petrobras, em Araucária, na região metropolitana de Curitiba: a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen) e sua fornecedora de matéria-prima, a Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar). Em Curitiba, um grupo distribuiu panfletos no Terminal Guadalupe e manifestou-se em frente ao prédio do INSS.
Em Apucarana, interior do estado, grupos levaram caixões pretos em passeata para simbolizar a morte da Previdência.