Brasil

Disputa em Maceió ameaça planos de Collor

Ex-presidente está com velhos aliados da República de Alagoas, como o senador Renan Calheiros, o deputado usineiro João Lyra e o atual prefeito Cícero Almeida


	Collor sofreu um processo de impeachment há vinte anos atrás
 (José Cruz/Agência Brasil)

Collor sofreu um processo de impeachment há vinte anos atrás (José Cruz/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de outubro de 2012 às 19h47.

Maceió - Vinte anos depois do processo de impeachment que o tirou do poder, o ex-presidente Fernando Collor está junto de velhos aliados da República de Alagoas, como o senador Renan Calheiros (PMDB), o deputado usineiro João Lyra (PTB) e o prefeito de Maceió, Cícero Almeida (PSD), tentando emplacar o ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) - um ex-adversário de Collor - na prefeitura da capital alagoana. As pesquisas de intenção de voto, contudo, indicam que o eleitor está dizendo não à aliança collorida e atrapalhando o futuro político dos quatro caciques.

Com 48% das intenções de voto, conforme a última pesquisa Ibope, o deputado federal Rui Palmeira (PSDB) lidera disparado a corrida eleitoral e tem chance de ganhar ainda no primeiro turno. Ele conta com o apoio do pai, o ex-senador e ex-ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Guilherme Palmeira e do governador Teotônio Vilela (PSDB). O fenômeno Rui é curioso porque ele não herdou a rejeição de Vilela, seu principal apoiador. Já o prefeito Cícero Almeida, que terminou o mandato com 70% de popularidade, não tem conseguido transferir votos para o afilhado Lessa.

Outros cinco candidatos correm por fora, sem chance de pontuar o suficiente para alterar os rumos da eleição. Com 36 anos, educado e carismático, Rui é egresso também de uma linhagem tradicional na política alagoana, que lhe rendeu o rótulo de representante de oligarquia. É neto do senador Rui Palmeira, líder da UDN na década de 1950 e sobrinho do ex-deputado Vladimir Palmeira (PT), líder estudantil e exilado político da ditadura militar. Ele começou a carreira aos 30 anos, eleito deputado estadual com o apoio do clã, mas logo começou a construir uma imagem própria.

"Tenho vida própria e penso diferente do meu pai e tio, mas tenho orgulho dessa história política familiar, nunca ligada a escândalos e corrupção", disse ele ao Estado. Quanto ao futuro, sonha grande e tem como meta o governo estadual, mas não tira os pés do chão. "A luta agora é para a prefeitura, pretendo não descuidar e, se possível, vencer no primeiro turno".

Enquanto o ciclo da renovação anda, os velhos caciques se empenham para sobreviver. No caso de Collor, o futuro político depende do desempenho dos candidatos que ele apoia no pleito municipal em redutos estratégicos, sobretudo em Maceió e Arapiraca. Ele já perdeu a última eleição para governador, em 2010, e uma derrota dos seus aliados agora pode significar o fim do sonho de reconquistar o poder absoluto que desfrutava como chefe de um dos clãs políticos mais importantes do Estado.


As pesquisas são desfavoráveis a Collor não só em Maceió, mas em vários colégios eleitorais. Como Atalaia, onde ele perde uma disputa doméstica para o sobrinho Fernando Collor Lyra, filho de Pedro Collor com Thereza Lyra.

Fernando Lyra (foi esse o nome político que adotou) é candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada pelo ex-prefeito Zé do Pedrinho (PSD), com apoio do avô, que aposta no neto como herdeiro político da família.

Ele tem também o valioso apoio da mãe, que abriu espaço na sua agenda de empresária em São Paulo para fazer incursões em Atalaia, a 60 quilômetros de Maceió, e pedir votos para a chapa do filho. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:AlagoasEleiçõesEleições 2012Fernando Collor de MelloPolítica no BrasilPolíticos brasileirosPrefeituras

Mais de Brasil

Fuvest antecipa divulgação da lista de aprovados na 1ª chamada do vestibular para esta quarta

Governo Lula se preocupa com o tom usado por Trump, mas adota cautela e aguarda ações práticas

Lula mantém Nísia na Saúde, mas cobra marca própria no ministério

Justiça nega pedido da prefeitura de SP para multar 99 no caso de mototáxi