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Disputa chega ao fim com recorde de sem-partido

Os brasileiros sem preferência por nenhum partido político são, hoje, 73% do eleitorado


	Protesto no Rio: há hoje 16% de eleitores que se declaram simpatizantes do PT e outros 4%, do PSDB
 (Sergio Moraes/Reuters)

Protesto no Rio: há hoje 16% de eleitores que se declaram simpatizantes do PT e outros 4%, do PSDB (Sergio Moraes/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2014 às 07h57.

São Paulo - A campanha eleitoral de 2014 chega ao fim com a maior taxa já registrada de brasileiros sem preferência por nenhum partido político. São, hoje, 73% do eleitorado, a maior proporção desde 1988, quando começa a série histórica do Ibope. Em agosto de 2013, logo após os protestos, 62% não tinham preferência partidária. Desde então, os sem-partido cresceram 11 pontos.

Há hoje 16% de eleitores que se declaram simpatizantes do PT e outros 4%, do PSDB. Além deles, só o PMDB é lembrado: 2% de citações.

Para piorar, os dois partidos com maior taxa de preferência provocam mais sentimentos negativos do que positivos. O Ibope perguntou qual a imagem que o eleitor brasileiro tem dos partidos de Dilma Rousseff (PT) e de Aécio Neves (PSDB).

Apenas 41% disseram ter opinião favorável (34%) ou muito favorável (7%) sobre o PT, contra 46% que disseram que a imagem que fazem do partido é desfavorável (35%) ou muito desfavorável (11%). Ou seja, os eleitores com imagem negativa superam os que fazem imagem positiva em 5 pontos. Outros 13% não responderam.

Em relação ao PSDB o saldo é ainda pior: 9 pontos negativos. Apenas 36% disseram ter imagem favorável da agremiação de Aécio - 5% tem imagem muito favorável, e 31%, favorável.

Do outro lado, 45% tem imagem negativa: 35% vê a imagem do PSDB como desfavorável e 10%, como muito desfavorável. Outros 19% dos entrevistados não souberam responder.

O aumento da aversão aos partidos se explica, principalmente, pela queda da simpatia pelo PT. O auge do petismo foi em março de 2003, quando 33% dos brasileiros diziam ter preferência pelo partido do então recém-empossado presidente Luiz Inácio Lula Silva.

Não durou muito. A taxa caiu para 23% em 2004 e ficou nesse patamar até 2007, início do segundo mandato de Lula, quando o índice voltou a subir.

Em março de 2010, no auge da popularidade do então presidente e pouco antes da eleição de Dilma, a simpatia pelo PT voltou a atingir 33% da população. Começou a cair ainda antes da posse da nova presidente, mas manteve-se em um patamar próximo a 25%. A derrocada começou com os protestos de junho de 2013. Em novembro do ano passado, a simpatia pelo PT já era de apenas 20%.

Durante todo esse período, a preferência pelo PSDB oscilou entre 4% e 6%. Já a taxa de eleitores que não simpatizam com nenhum partido manteve-se na faixa dos 55% - até os protestos começarem. Foi a partir daí que o petismo perdeu força, mas nenhuma outra agremiação conseguiu capitalizar a sua queda.

Em julho de 2014, antes de a campanha eleitoral começar oficialmente, o petismo tinha os mesmos 20% do fim do ano anterior, 6% eram simpáticos ao PSDB e 54% não preferiam nenhum partido.

Quatro meses e muitos ataques recíprocos depois, apenas 16% preferem o PT, só 4% preferem o PSDB, e 73% não têm preferência por nenhum partido.

O desgaste do petismo impactou o partido nas eleições: o PT elegeu menos deputados do que em 2010. Mas, por competência da campanha de Dilma, essa perda de apoio aos petistas não se transferiu na mesma proporção para a disputa presidencial. Se vencer, Dilma será reeleita apesar do PT. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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