Paulo Roberto da Costa durante depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras (Luis Macedo/Câmara dos Deputados)
Da Redação
Publicado em 18 de setembro de 2014 às 21h11.
O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa disse a investigadores que houve um esquema de corrupção envolvendo a compra de uma refinaria em Pasadena, nos Estados Unidos, pela estatal e que ele próprio recebeu 1,5 milhão de reais.
Reportagem do Jornal Nacional, da TV Globo, afirmou que as declarações foram dadas por Costa a um delegado, a um escrivão e a um procurador no âmbito da delação premiada, pela qual o ex-executivo tenta reduzir uma eventual pena por envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro desmontado pela Polícia Federal.
De acordo com o Jornal Nacional, os investigadores disseram ainda que a "primeira fase" da delação premiada de Costa já foi concluída e que os depoimentos dados por ele à Polícia Federal e ao Ministério Público na Superintendência da PF no Paraná, onde ele está preso, foram acompanhados por seus advogados.
Antes da informação dada pelo JN, a revista Veja já havia vazado supostas informações de depoimentos de Costa em que ele teria afirmado que políticos recebiam uma espécie de "pedágio" de empresas que assinaram contratos com a Petrobras.
Costa foi convocado para prestar depoimento à CPI mista que investiga denúncias de irregularidades na estatal, entre elas na compra da refinaria de Pasadena, mas decidiu ficar calado e não responder às perguntas dos parlamentares para evitar prejudicar sua tentativa de delação premiada.
A compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras é alvo de suspeitas de sobrepreço e as denúncias envolvendo a estatal tem sido munição contra a presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, na corrida presidencial deste ano.
Tanto Aécio Neves (PSDB) quanto Marina Silva (PSB) tem atacado o governo federal e comparado as denúncias na Petrobras ao mensalão, escândalo de compra de apoio político no Congresso Nacional durante o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.