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Direção do IBGE tenta impedir exoneração coletiva

Coordenadores e gerentes estratégicos ameaçavam entregar cargos caso direção não voltasse atrás em suspender divulgações da PNAD Contínua até janeiro de 2015

Centro de Documentação e Disseminação de Informações do IBGE: presidente do instituto disse que cabe a gestores tomarem decisões difíceis, que não podem ser tomadas por área técnica (Wikimedia Commons)

Centro de Documentação e Disseminação de Informações do IBGE: presidente do instituto disse que cabe a gestores tomarem decisões difíceis, que não podem ser tomadas por área técnica (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2014 às 16h49.

Rio - O conselho diretor do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística reúne-se na tarde desta sexta-feira, 11, com o corpo técnico da instituição num esforço de tentar evitar que haja um pedido de exoneração coletivo.

Em carta ao conselho, 18 coordenadores e gerentes estratégicos de pesquisas importantes da instituição ameaçavam entregar seus cargos caso a direção não voltasse atrás na decisão de suspender as divulgações da PNAD Contínua até janeiro do ano que vem.

A presidente do IBGE, Wasmália Bivar, disse em entrevista que ainda não pode afirmar se conseguirá evitar a saída coletiva dos coordenadores, mas que vai explicar as motivações para a decisão.

A medida já motivou o pedido de exoneração da diretora de Pesquisas do IBGE, Marcia Quintslr, e da coordenadora-geral da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (Ence), Denise Britz do Nascimento Silva. Ambas integravam o conselho diretor do IBGE, ao lado de Wasmália e de outros cinco membros.

"No momento, não posso afirmar (que não haverá debandada), mas tenho certeza que após uma conversa e após explicarmos um pouco melhor as nossas motivações, acredito que eles vão reverter, em função dos seus próprios compromissos com o IBGE", afirmou Wasmália.

A presidente do instituto disse que cabe aos gestores tomarem as decisões difíceis, que não podem ser tomadas pela área técnica.

"A última decisão, que foi o adiamento da POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares), não foi uma decisão técnica, foi uma decisão institucional. Quem toma as decisões institucionais é o corpo gestor da casa. Nunca a área técnica. E a área técnica faz muito bem de estar sempre defendendo a manutenção de tudo. Esse tipo de manifestação não me surpreende. Mas tem que se considerar que não é uma decisão técnica, é uma decisão institucional", ressaltou.

Entre os coordenadores que ameaçaram entregar seus cargos numa carta enviada ao conselho diretor estão Eulina Nunes dos Santos, responsável pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e Cimar Azeredo, responsável pelas taxas de desemprego apuradas pela própria Pnad Contínua e pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME).

"O nosso corpo técnico tem um enorme compromisso com a casa, com seus projetos e com as suas informações. Tenho certeza de que vai prevalecer, na verdade, é a responsabilidade com isso", considerou Wasmália.

Segundo ela, a carta é uma reação legítima à saída da diretora de Pesquisas, funcionária de carreira do IBGE.

"Além disso, o conselho diretor fez algo que foi um pouco diferente do que usualmente fazemos. Usualmente, informamos à casa nossas decisões e depois informamos o público externo. No entanto, diante da gravidade do problema, desta vez, nós invertemos", lembrou.

O anúncio sobre a suspensão da Pnad Contínua foi feito por Wasmália à imprensa, logo após a divulgação dos dados referentes ao terceiro e quarto trimestres de 2013. A imprensa foi alertada antes dos servidores do instituto.

"Temíamos que essa notícia surgisse antes de o próprio IBGE anunciá-la. Era muito importante que o IBGE fizesse esse anúncio. Agora, em relação às equipes técnicas, elas não foram devidamente informadas. Não tivemos oportunidade de nos reunir com elas e discutir nossas motivações. Isso vai ser feito agora", reconheceu.

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