Ex-ministro José Dirceu deixa superintendência da PF (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 4 de agosto de 2015 às 15h19.
Brasília - O ex-ministro José Dirceu, preso ontem (3) na 17ª fase da Operação Lava Jato, embarcou no início da tarde para Curitiba.
Ele estava detido na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília e será transferido para a capital paranaense, onde estão concentradas as investigações da Lava Jato. O ex-ministro deve chegar a Curitiba por volta das 16h.
Dirceu deve passar pelo exame de corpo de delito amanhã (5). Ainda não há data para depoimento dele.
Mais cedo, sete presos passaram por exame de corpo de delito em Curitiba. Do total, cinco foram presos preventivamente: Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, irmão de Dirceu; o ex-assessor de Dirceu Roberto Marques; Júlio Cesar dos Santos, sócio minoritário da JD Consultoria até 2013; Olavo Hourneaux de Moura Filho, acusado pela Polícia Federal de receber quase R$ 300 mil do esquema de corrupção na Petrobras para o irmão Fernando Moura.
O presidente da Consist Software, Pablo Alejandro Kipersmit, também está preso preventivamente.
Segundo a Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF), o lobista Fernando Moura teria indicado a Dirceu o nome de Renato Duque para a diretoria de Serviços da Petrobras, e de Celso Araripe para gerente na estatal.
Araripe é investigado na Lava Jato de receber propina para providenciar aditivos em contrato da petrolífera com a Odebrecht.
“Governo não interfere”
O ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, disse hoje (4) que a Operação Lava Jato e a prisão do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu não afetam a credibilidade nem interferem nas atividades cotidianas do governo federal.
Segundo o ministro, a prisão de Dirceu é “um fato decorrente de um processo de investigação que já vem há alguns meses”, e que por isso tem de ser tratada “com serenidade e sem qualquer tipo de interferência na nossa atividade cotidiana”.
“As autoridades do Poder Judiciário, a Polícia Federal e o Ministério Público conduzem a investigação. Cabe aos investigados tomar as providências que julgarem necessárias para se defender perante a Justiça”, disse o ministro após participar da cerimônia de lançamento do Programa Usinas Digitais.
De acordo com Berzoini, o governo nunca impediu as investigações. “Ao contrário: o governo sempre manifestou publicamente seu apoio a todo tipo de investigação”, acrescentou.