Aloysio Nunes Ferreira (PSDB): "São os velhos personagens de sempre" (Moreira Mariz/Agência Senado)
Da Redação
Publicado em 12 de fevereiro de 2015 às 18h56.
Brasília - O suposto envolvimento dos ex-ministros José Dirceu e Antônio Palocci no esquema de corrupção na Petrobras não surpreendeu os oposicionistas no Congresso Nacional.
Para os parlamentares, os petistas são os mesmos envolvidos dos últimos escândalos que abalaram o país.
Em depoimento à Justiça Federal no processo de delação premiada, o doleiro Alberto Youssef acusou Dirceu e Palocci de serem "as ligações" do lobista e operador de propina na Petrobras, Júlio Gerin Camargo, com o PT.
"São os velhos personagens de sempre", resumiu o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP).
"Palocci já veio de outros escândalos, inclusive o que o derrubou do Ministério da Fazenda. Ele é um personagem sumido, mas que sempre esteve encabeçando as posições de destaque do PT", concordou o líder do DEM na Câmara dos Deputados, Mendonça Filho (PE).
O líder se referia ao escândalo da quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa, em 2006, quando Palocci deixou o governo Lula.
Os oposicionistas avaliam que os depoimentos da delação premiada estão desvendando um "emaranhado de corrupção" envolvendo o governo e o PT.
"O fundo do poço está mais fundo que o pré-sal", comentou Aloysio.
O senador acredita que o depoimento será mais um componente a ser aprofundado pela nova Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras na Câmara, que será instalada após o carnaval.
Como a coleta de assinaturas entre os senadores para a criação de uma comissão mista ainda não atingiu os 27 apoiamentos (o PSB não assinou o requerimento à espera da denúncia do procurador-geral Rodrigo Janot), a oposição aposta todas as suas fichas nas investigações dos deputados.
Vice-líder da bancada do PT, o deputado Paulo Teixeira (SP) adotou um tom de cautela e disse que é preciso aguardar todas as provas "virem à tona" para fazer um juízo dos depoimentos. Na opinião do petista, as delações fazem parte de uma estratégia de defesa dos réus.
"Nesse processo de delação premiada em que o réu quer buscar sua liberdade, ele vai ter uma tese. Precisamos aguardar a conclusão desde processo e todas as provas colhidas", afirmou.