FT diz que, mesmo depois dos recentes escândalos, Dilma continua popular frente aos eleitores, mas terá testes importantes no próximo ano (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
Da Redação
Publicado em 19 de julho de 2012 às 14h04.
São Paulo – Em notícia publicada hoje, o jornal britânico Financial Times comentou a demissão do ministro do Trabalho, Carlos Lupi. Segundo o texto, diante de um cenário político ainda incerto para o ano que vem, a única certeza é a de que “Dilma vai implorar por menos escândalos”.
O jornal diz que, apesar da sexta queda de ministro mostrar que a faxina no governo continua, ainda há ceticismo quanto à eficiência das medidas em um sistema de concessões aos partidos.
O problema apontado no texto é o fato de que o antecessor de Dilma, o ex-presidente Lula, “aumentou bruscamente o número de ministros no gabinete para atender à coalizão governista, que se estende a mais de 10 partidos”.
Quando Dilma demite um ministro, geralmente o substituto vem do mesmo partido, o que perpetua o sistema de concessões, segundo o jornal.
Por outro lado, há analistas que acreditam em uma melhora, ainda que lenta, na governança do poder público. Os motivos são, principalmente, a maior fiscalização por parte da mídia, da polícia federal, e de outras entidades.
Além disso, a crescente classe média no Brasil tem se tornado cada vez mais exigente, o que vai forçar uma melhora na transparência por parte do governo. “Não basta mais entregar crescimento econômico e da oferta de empregos para conseguir a reeleição em 2014. Também é preciso melhorar a qualidade da educação, saúde, e segurança”, diz um analista ouvido pelo FT.
Segundo o jornal, Dilma continua popular frente aos eleitores, mas será testada no próximo ano. Ela deve realizar uma reforma ministerial no começo de 2012, e tem pela frente eleições municipais que devem medir a popularidade de seu partido.
A reforma ministerial pode ajudar Dilma a solidificar seu controle sobre a coalizão partidária, ou trazer à tona mais problemas, criando novas disputas”, diz o FT. Por isso, segundo o jornal, tão intensa quanto a ação da presidente ao reformar os ministérios deverá ser a torcida dela por menos problemas no ano que vem.