Dilma Rousseff: "vou viajar" (Adriano Machado/Reuters)
Da Redação
Publicado em 4 de junho de 2016 às 16h54.
São Paulo - A presidente afastada Dilma Rousseff usou neste sábado, 4, as redes sociais para rebater mais uma vez a decisão do presidente em exercício, Michel Temer, que limitou seus deslocamentos aéreos com aviões da FAB apenas para o trecho Brasília-Porto Alegre, onde ela tem residência.
A medida adotada pelo governo do peemedebista foi tomada com base em um parecer elaborado pela Subchefia de Assuntos Jurídicos da Casa Civil com a justificativa de que a petista, na condição de presidente da República afastada, não tem compromissos oficiais.
"Houve uma decisão da Casa Civil ilegítima, provisória e interina, cujo objetivo é proibir que eu viaje. É um escândalo que eu não possa viajar para o Rio, para o Pará, para o Ceará Isso é grave. Eu não posso, como qualquer outra pessoa, pegar um avião (comercial). Tem de ter todo um esquema garantindo a minha segurança, pela Constituição. É a Constituição que manda. Estamos diante de uma situação que vai ter de ser resolvida. Eu vou viajar!", disse Dilma, em sua página oficial no Facebook.
Ontem, 3, em evento na capital gaúcha, Dilma também reclamou da medida do governo Temer que restringiu suas viagens aéreas em aviões da FAB, classificando a decisão de "ilegítima".
A decisão de restringir o uso de aviões frustra a principal estratégia da petista, que pretendia, neste período de afastamento, defender o seu mandato. Desde que o processo de impeachment foi admitido no Senado, no dia 12 de maio, Dilma já viajou para atos em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro, além de ter ido três vezes a Porto Alegre, onde tem família.
Reação
Ontem, 3, o ex-ministro da Advocacia-Geral da União José Eduardo Cardozo acusou o presidente em exercício Michel Temer e seu aliados de intimidar Dilma e sua defesa.
Para ele, não cabe ao Executivo limitar os destinos da viagem da presidente afastada, já que o processo do impeachment tramita no Legislativo. "O objetivo é evitar que a presidente se locomova, é de intimidar", declarou Cardozo, numa crítica à decisão de Temer restringir as viagens de Dilma em aviões da FAB.
"Querem o quê, que ela viaje em um avião comercial, com toda a segurança da Presidência da República? Ela ainda é a presidente. Querem que ela viaje de carro? Não é essa a questão, querem é impedir que ela se locomova", afirmou Cardozo. Ele disse ainda que tem visto tentativas de intimidação contra a defesa da petista. "Perdem tempo ao tentar me intimidar", emendou.