Presidente Dilma Rousseff (PT) conversa com assessor antes do debate eleitoral da CNBB (Paulo Whitaker/Reuters)
Da Redação
Publicado em 16 de setembro de 2014 às 22h58.
São Paulo - A presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, preferiu priorizar as ações do governo, ao responder a uma pergunta do bispo de Ipameri (GO), d. Guilherme Werlang, no segundo bloco do debate entre os candidatos a presidente realizado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e transmitido pela TV Aparecida, no Vale do Paraíba (SP).
Dilma afirmou que tem um compromisso com a inclusão social e a redução da desigualdade, para ressaltar que, de 2002 a 2013, reduziu a proporção de brasileiros subalimentados graças aos programas sociais.
Ela reafirmou também que hoje é um "dia muito feliz" porque a Organização da Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) divulgou um relatório mostrando que o Brasil saiu pela primeira vez na história do "Mapa da Fome".
"Significa que demos um grande passo para a redução da miséria", disse.
De acordo com Dilma, o Bolsa Família, o aumento do emprego e a valorização do salário mínimo permitiram que 42 milhões de crianças tivessem duas refeições por dia, "garantindo uma redução significativa da mortalidade infantil e o aumento da segurança alimentar".
Ao iniciar uma fala sobre agricultura familiar, a presidente foi cortada pelo mediador, jornalista Rodolpho Gamberini.
Já candidata Marina Silva (PSB) respondeu a uma pergunta sobre juventude do bispo de Caxias (MA), d. Vilson Basso. Segundo Marina o combate à violência é fundamental para proteger a juventude.
"O acesso à educação é essencial para a juventude ter igualdade de oportunidade", afirmou.
A candidata do PSB a presidente defendeu ainda a criação de um "ambiente favorável" para que os jovens possam ter acesso ao emprego, lazer e aos meios para que tenham uma "vida digna" e constituam família.
"Devemos ter um sistema de segurança contra o tráfico de drogas e armas e acabar com o duto o que promove a violência", declarou.
Segundo Marina, 56 mil pessoas são assassinadas por ano no País, a maioria jovens. "Vamos ajudar a combater a violência, que hoje está nas costas dos governos dos Estados."
A pergunta ao candidato Aécio Neves (PSDB), feita pelo bispo auxiliar de Belo Horizonte, d. Joaquim Mol, foi sobre o analfabetismo. O bispo, na gravação, pediu que o candidato sorteado evitasse falar dos feitos que promoveu em eventuais governos.
Mas Aécio citou o "esforço" que fez em Minas quando foi governador.
Ele admitiu que o Estado tem regiões ainda com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) que se aproximam da média do Nordeste, mas disse ter demonstrado, como governador, que com "qualificação e metas claras a serem alcançadas", Minas, "talvez", seja o único Estado em que 100% dos servidores têm metas as serem alcançadas.
"Alcançando essas metas, recebem o 14º salário." Com isso, afirmou, Minas teve a "melhor saúde pública do Sudeste".
Aécio criticou ainda o governo federal por, segundo ele, não ter avançado em responsabilidades que deveriam suas. "Depois de uma década, o analfabetismo parou de cair no Brasil", afirmou. "Devemos ter uma participação mais efetiva do governo federal", defendeu.
O candidato Levy Fidelix (PRTB) falou sobre a união homoafetiva, afirmando que os meios de comunicação estão "destruindo" as famílias. "União homoafetiva destrói sim a família, isto é terrível", disse.
A candidata Luciana Genro (Psol) defendeu, por sua vez, a união civil de homossexuais e disse que as políticas públicas não podem estar subordinadas a nenhuma crença.