DILMA E TEMER: o presidente monta uma estratégia para postergar a decisão do TSE para 2018 / Agência Brasil
Da Redação
Publicado em 28 de março de 2017 às 18h50.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h56.
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, marcou para a próxima terça-feira, às 9h, o início do julgamento da ação que pode levar à cassação da chapa de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB), na qual eles são investigados por abuso de poder político e econômico para se reeleger em 2014. Para analisar o processo, foram marcadas quatro sessões na semana.
A ação foi movida pelo PSDB, que defende haver irregularidades nas prestações de contas apresentadas pela chapa. O ministro do TSE Herman Benjamin enviou seu relatório final sobre o caso aos demais ministros da Corte nesta segunda-feira. O documento tem 1.086 páginas.
Mendes afirmou que é possível que o processo seja suspenso logo que chegue ao plenário do TSE, a pedido dos advogados de Dilma, que solicitam mais cinco dias úteis para as defesas realizarem a revisão de novas provas relativas à empreiteira Odebrecht, as quais foram anexadas ao processo já em sua fase final.
Dentro do tribunal existe a percepção de que Benjamin foi rápido demais em liberar a ação para julgamento, o que poderá fazer com que os demais integrantes da Corte tenham pouco tempo para estudar o caso em profundidade, aumentando a possibilidade de algum ministro pedir vista. Isso poderia atrasar a decisão indefinidamente.
Uma das primeiras disputas na Corte será sobre o voto do ministro Henrique Neves, cujo mandato no TSE termina no dia 6 de abril, quinta-feira que vem. É dado como certo que tanto ele como Benjamin votarão pela cassação. Seu substituto, a ser indicado por Temer, o que pode vir a ser decisivo para o resultado final.
Temer, por sua vez, monta uma estratégia para postergar a decisão. O presidente pretende, caso seja cassado no TSE, ingressar com recursos tanto na Corte Eleitoral como no Supremo Tribunal Federal, empurrando o ultimato para a véspera da sucessão eleitoral, em 2018.