Brasil

Dilma só deve anunciar novos ministros a partir de quarta

Duas fontes do governo disseram que essa é a previsão feita pela presidente


	Dilma Rousseff: presidente passou o dia em reuniões para definir alguns nomes do seu ministério de 39 pastas
 (Ricardo Moraes/Reuters)

Dilma Rousseff: presidente passou o dia em reuniões para definir alguns nomes do seu ministério de 39 pastas (Ricardo Moraes/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de novembro de 2014 às 19h39.

Brasília - A presidente Dilma Rousseff deve anunciar somente a partir da próxima quarta-feira ministros da sua nova equipe, quando se espera que sejam indicados os titulares do Banco Central e dos Ministérios da Fazenda, do Planejamento, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e da Agricultura.

Duas fontes do governo disseram nesta sexta-feira à Reuters, sob condição de anonimato, que essa é a previsão feita pela presidente.

Essas fontes afirmaram ainda que o time da equipe econômica vai ser formado por Joaquim Levy, Nelson Barbosa e o presidente do BC, Alexandre Tombini.

Não souberam esclarecer, porém, quais cargos eles devem assumir. Uma das fontes afirmou que a "tendência" é que Levy seja escolhido ministro da Fazenda.

A senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) será anunciada como titular da Agricultura e o senador Armando Monteiro Neto (PTB-PE) será o novo ministro do Desenvolvimento, disseram as fontes.

Dilma passou o dia em reuniões para definir alguns nomes do seu ministério de 39 pastas e havia expectativa de que os novos integrantes da equipe econômica fossem anunciados nesta sexta-feira, após o fechamento do mercado.

A explicação dada pelas duas fontes para não anunciar imediatamente a equipe econômica é que o governo decidiu aguardar a aprovação no Congresso do projeto de lei que amplia o abatimento da meta de superávit primário.

Uma das fontes argumentou que Dilma quer que os novos ministros assumam sem ter que dar explicações sobre "os problemas fiscais de 2014". Uma sessão da Comissão Mista do Orçamento (CMO) está marcada para a próxima segunda-feira para votar o projeto.

Se aprovado, ainda terá que ser analisado pelo plenário do Congresso (que reúne Câmara e Senado). Uma sessão está prevista para terça-feira, mas para analisar vetos presidenciais.

A aprovação da matéria até quarta-feira, no entanto, não é simples, porque os partidos de oposição já anunciaram que irão obstruir as votações. A outra fonte disse também que até quarta-feira podem ser feitos "ajustes finos" na decisão.

Segundo ele, pode ser, por exemplo, que até quarta já sejam definidos alguns postos de escalões inferiores na Fazenda, como o secretário do Tesouro ou de Política Econômica. A fonte, porém, não tinha detalhes.

Expectativa Frustrada

Desde o início do dia, a expectativa, inclusive entre auxiliares da presidente, era que Dilma anunciaria ainda nesta sexta a nova equipe econômica.

Os mercados financeiros reagiram bem aos nomes de Levy e Barbosa, com dólar e juros recuando e Ibovespa subindo mais de 5 por cento.

Pela manhã, a presidente se reuniu com o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que tem acompanhado todas as negociações sobre as mudanças na Esplanada dos Ministérios.

A presidente também conversou com o ministro interino do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Mauro Borges. As duas reuniões ocorreram no Palácio da Alvorada.

Por volta do meio-dia, Dilma foi para o Palácio do Planalto, onde se reuniu com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e com o ex-secretário-executivo da pasta Nelson Barbosa, que vai integrar a nova equipe econômica.

Como a presidente passou o dia em negociações para mudanças nos ministérios, havia expectativa que ela divulgaria ao menos os nomes da nova equipe econômica nesta sexta.

Contrariando as expectativas, porém, Dilma pediu que sua assessoria informasse oficialmente que não seriam anunciados ministros nesta sexta. Segundo uma terceira fonte ouvida pela Reuters, estaria definido que Tombini permanecerá à frente do Banco Central.

Já o destino de Levy e Barbosa nenhuma das fontes quis assegurar.

Levy, que atualmente comanda o Bradesco Asset Management, braço de gestão de ativos do Bradesco , foi secretário do Tesouro Nacional na gestão de Antônio Palocci na Fazenda, no primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O economista Nelson Barbosa foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda, tendo como Mantega como chefe.

Diante da preocupação em sinalizar mudanças na política econômica, também tem circulado dentro do governo a possibilidade de o atual diretor de Administração do BC, Altamir Lopes, assumir o Tesouro Nacional no lugar de Arno Augustin.

Acompanhe tudo sobre:Dilma RousseffGoverno DilmaMinistério da FazendaMinistério do PlanejamentoPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

Homem-bomba gastou R$ 1,5 mil em fogos de artifício dias antes do atentado

O que muda com projeto que proíbe celulares nas escolas em São Paulo

Haddad se reúne com cúpula do Congresso e sinaliza pacote fiscal de R$ 25 bi a R$ 30 bi em 2025

Casos respiratórios graves apresentam alta no Rio e mais 9 estados