A presidente Dilma Rousseff: Dilma precisa substituir ministros que deixam o governo por causa das eleições e pretende aproveitar para ampliar a aliança partidária para tentar a reeleição (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 4 de fevereiro de 2014 às 11h29.
Brasília - Após uma reunião de quase seis horas na segunda-feira, a presidente Dilma Rousseff sinalizou ao vice-presidente Michel Temer que dará mais uma pasta ao PMDB na reforma ministerial, que deve ficar com os Ministérios de Portos e de Ciência e Tecnologia, mas perder o controle do Turismo, disseram duas fontes que ouviram o relato de Temer.
O desenho apresentado pela presidente agrada ao PMDB, mas ainda pode sofrer mudanças, segundo as duas fontes, que falaram à Reuters sob condição de anonimato.
A presidente deve dar sequência às mudanças já anunciadas no primeiro escalão nos próximos dias. Dilma precisa substituir ministros que deixam o governo por causa das eleições e pretende aproveitar para ampliar a aliança partidária para tentar a reeleição.
Hoje, o PMDB está à frente da Previdência Social, do Turismo, da Agricultura, da Aviação Civil e de Minas e Energia.
A presidente já colocou Aloizio Mercadante na Casa Civil, deixada por Gleisi Hoffmann para concorrer ao governo do Paraná, Arthur Chioro à frente da Saúde, no lugar de Alexandre Padilha, que disputará o Estado de São Paulo. Além disso, nomeou Thomas Traumann, ex-porta-voz da Presidência, para a Secretaria de Comunicação Social, no lugar da jornalista Helena Chagas. O Ministério da Educação, deixado por Mercadante, será dirigido pelo ex-secretário-executivo da pasta José Henrique Paim.
Como o ministro do Turismo, Gastão Vieira, deve sair para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados, Dilma pretende agregar o PTB à sua aliança para a reeleição e dará a pasta aos petebistas.
A Secretaria Especial dos Portos, que estava sob comando do PSB até setembro do ano passado quando a legenda deixou o governo, será comandada agora pelo PMDB. O mais provável é que o senador Vital do Rêgo (PB) assuma o posto, já que é um nome de consenso no partido e Dilma não tem objeções à indicação, disse uma das fontes.
Dilma também deve passar o Ministério de Ciência e Tecnologia, hoje comandado por Marco Antônio Raupp, para o PMDB. Ainda não há um nome definido para o posto. Caberá à bancada da Câmara a indicação desse ministro e do substituto de Antônio Andrade, na Agricultura.
Após a longa reunião com Dilma, da qual participaram o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (AM), e os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), um grupo restrito de peemedebistas varou a madrugada reunido com Temer, no Palácio do Jaburu, analisando as indicações que partido fará.
A presidente também discutiu com Temer as alianças regionais entre PT e PMDB. Há preocupações sobre o andamento das negociações em Estados importantes como Rio de Janeiro, Ceará, Paraná, Minas Gerais e Maranhão.