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Dilma sinaliza ao PMDB que vai se aproximar do Congresso

A presidente Dilma disse à cúpula do PMDB que pretende se aproximar do Congresso e que fará encontros periódicos com aliados para evitar turbulências, diz fonte


	A relação da presidente com sua ampla base aliada no Congresso chegou ao pior momento quando duas MPs prioritárias para o governo não foram aprovadas antes de perderem a validade
 (REUTERS / Ueslei Marcelino)

A relação da presidente com sua ampla base aliada no Congresso chegou ao pior momento quando duas MPs prioritárias para o governo não foram aprovadas antes de perderem a validade (REUTERS / Ueslei Marcelino)

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Da Redação

Publicado em 4 de junho de 2013 às 16h33.

Brasília - A presidente Dilma Rousseff disse à cúpula do PMDB que pretende se aproximar do Congresso e que fará encontros periódicos com os aliados para evitar turbulências na articulação política, disse à Reuters uma fonte do governo.

A reunião entre Dilma, o vice-presidente Michel Temer, e os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), durou mais de duas horas e serviu para aparar as arestas da relação entre o Executivo e o Legislativo, afirmou a fonte, que falou sob condição de anonimato após o encontro na noite de segunda-feira.

A relação da presidente com sua ampla base aliada no Congresso sempre foi tensa, mas nas últimas semanas chegou ao pior momento quando duas medidas provisórias prioritárias para o governo não foram aprovadas antes de perderem a validade.

A fonte afirmou que a presidente se comprometeu a conversar periodicamente com Renan e Alves para evitar que novos episódios como esse se repitam. Esses encontros também serviriam para reaproximar a presidente da cúpula do maior partido aliado do governo no Congresso.

Temer teria defendido os encontros sistemáticos também como uma forma de tornar a relação entre os dois poderes mais institucional e menos pessoal.

De acordo com a fonte, a presidente se comprometeu a mandar menos medidas provisórias ao Congresso e optar pelo envio de projetos de lei, que podem ter tramitação célere desde que sejam votados em regime de urgência constitucional.

As MPs correm risco de caducar se não forem aprovadas em 120 dias, o que não ocorreria com os projetos de lei com urgência. O governo, porém, perderia a eficácia imediata que as medidas provisórias têm, já que passam a valer imediatamente após serem emitidas pela presidente.

O primeiro teste desse modelo acertado com os presidentes da Câmara e do Senado será o novo Código de Mineração. Inicialmente, a presidente queria enviá-lo por MP e, agora, vai mandar um projeto de lei ao Congresso.


Além disso, segundo a fonte, Dilma reunirá todos os líderes aliados no Planalto antes de enviar o novo Código de Mineração. Será mais uma tentativa da presidente de se aproximar da base aliada, que tem dado mostras seguidas de insatisfação com o tratamento dispensado pelo governo.

Emendas

Nesta terça-feira, o presidente do Senado se mostrou satisfeito com o resultado da reunião com Dilma.

"Não foi uma conversa partidária. Foi uma conversa institucional. O que estava ali em discussão era a necessidade de nós harmonizarmos cada vez mais as relações entre os poderes da República", disse Renan após cerimônia no Palácio do Planalto.

Uma fonte do governo ouvida pela Reuters nesta terça-feira disse que o governo pretende acelerar a partir das próximas semanas a liberação das emendas parlamentares, atendendo uma reivindicação antiga dos aliados.

Essa decisão pode aplacar parte da insatisfação dos aliados e também impedir a aprovação de proposta encampada por Alves para tornar o pagamento de emendas parlamentares obrigatório a partir do Orçamento de 2014, disse a fonte, que também pediu para não ter seu nome revelado.

Na segunda-feira, um integrante do primeiro escalão do governo apontou a divisão interna do próprio PMDB como uma das dificuldades do governo para articular sua ampla base aliada no Congresso.

Segundo essa autoridade, parte dos peemedebistas não se conforma com o espaço que tem dentro do governo e pressiona Dilma para atingir seus objetivos. O principal coordenador dessas insatisfações, na avaliação do governo, é o atual líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

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