Brasil

Fato de Dilma ser mulher facilitou impeachment, diz Bachelet

Bachelet se pronunciou sobre a destituição de Rousseff na rodada de perguntas de sua conferência sobre a participação das mulheres na política


	Dilma Rousseff e Michele Bachelet: "ainda hoje, como presidente, há muito muito sexismo, embora pensemos que a sociedade melhorou muito"
 (Roberto Stuckert Filho/PR/Fotos Públicas)

Dilma Rousseff e Michele Bachelet: "ainda hoje, como presidente, há muito muito sexismo, embora pensemos que a sociedade melhorou muito" (Roberto Stuckert Filho/PR/Fotos Públicas)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de setembro de 2016 às 20h15.

Washington - A presidente do Chile, Michelle Bachelet, afirmou nesta quinta-feira que não gostou do impeachment de Dilma Rousseff e que o processo foi mais fácil de ser realizado porque se tratou de uma mulher, e não de um homem.

"Eu sou muito amiga de Dilma. Gosto dela e ligo para ela. A Constituição do Brasil permite (o impeachment), portanto em termos de legalidade não posso dizer nada. Mas não gostei do que aconteceu, isso é tudo o que posso dizer", disse Bachelet em conferência no centro de estudos Wilson Center de Washington.

"Acredito que é mais fácil quando é uma mulher do que quando é um homem", acrescentou, em meio a um forte aplauso em um auditório com aproximadamente 300 pessoas.

Bachelet se pronunciou sobre a destituição de Rousseff na rodada de perguntas de sua conferência sobre a participação das mulheres na política.

Tanto a líder chilena como Dilma foram as primeiras mulheres a serem presidentas em seus respectivos países.

Outra das presentes a perguntou se, quando ela fez campanha, também "sofreu o sexismo agora enfrentado por Hillary Clinton", a candidata democrata à Casa Branca.

"Claro, eu era a gorda. Sempre falam sobre quem me dá as ideias, e ainda hoje, como presidente, há muito muito sexismo, embora pensemos que a sociedade melhorou muito", respondeu Bachelet, eleita a primeira presidente do Chile em 2006.

De acordo com Bachelet, "se você for mulher, te dizem que é fraca porque não grita ou fala palavrão, e algumas mulheres líderes se disfarçam de homens, mas é preciso respeitar a sua própria maneira de liderar".

"Frequentemente me sinto afligida pelo modo como os veículos de imprensa tratam Hillary", acrescentou, sem se aprofundar mais no assunto.

A presidente do Chile começa nesta quinta-feira, após participar da Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York, uma visita de dois dias a Washington para homenagear o 40º aniversário do assassinato do ex-chanceler chileno Orlando Letelier na capital americana por agentes da ditadura de Augusto Pinochet. 

Acompanhe tudo sobre:América LatinaChileDilma RousseffImpeachmentMichelle BacheletMulheresONUPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

STF rejeita recurso e mantém pena de Collor após condenação na Lava-Jato

O que abre e o que fecha em SP no feriado de 15 de novembro

Zema propõe privatizações da Cemig e Copasa e deve enfrentar resistência

Lula discute atentado com ministros; governo vê conexão com episódios iniciados na campanha de 2022