Dilma Rousseff durante reunião do conselho político com aliados (Divulgação/Ichiro Guerra)
Da Redação
Publicado em 22 de julho de 2014 às 23h23.
Brasília - A presidente Dilma Rousseff tentou disseminar otimismo em relação à economia na primeira reunião com os presidentes de partidos que compõem sua aliança para a reeleição em outubro, realizada nesta terça-feira no Palácio da Alvorada.
Segundo relato dos líderes presentes, Dilma ressaltou que, apesar das dificuldades da economia mundial, no Brasil ainda há geração de novos empregos, a renda ainda continua subindo e que esses fatores são mais importantes do que o baixo crescimento econômico.
"Nós estamos vivendo num momento de crise mundial e comparados a outros países, o Brasil ainda está melhor e isso será dito durante a campanha", afirmou à Reuters o presidente do PCdoB, Renato Rabelo.
Na saída do encontro, que durou aproximadamente duas horas, o vice-presidente da República, Michel Temer, tentou afastar os prognósticos de alguns economistas que acreditam em uma possível recessão técnica no país.
"Isso foi discutido, a questão da economia, e a marca foi de otimismo. Se não vamos ter PIB extraordinário, também não teremos PIB negativo", afirmou ele a jornalistas.
Nesta terça-feira, o governo reduziu suas estimativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014 para 1,8 por cento, ante 2,5 por cento. No mercado, já há estimativas de crescimento abaixo de 1 por cento.
Rabelo também falou que os aliados não acreditam na possibilidade de recessão, e foi traçado um quadro bastante otimista em relação à economia durante a reunião, inclusive por Dilma. Na reunião também ficou acertado que os partidos que compõem a aliança de Dilma se reunirão ao menos quinzenalmente para debater as estratégias da campanha, mas inicialmente esses encontros terão periodicidade semanal.
"Esse fórum será o centro decisório da campanha", disse Rabelo.
O deputado Luciano Castro (PR-RR), que representou o presidente do PR, senador Alfredo Nascimento, disse que não foram tomadas decisões estratégicas nesta terça-feira e que a reunião serviu para acertar a dinâmica das discussões que os aliados devem ter nos próximos meses.
Temer, Castro e Rabelo também afirmaram que a grande aposta da campanha para vencer as críticas dos candidatos de oposição e da mídia é o programa eleitoral no rádio e na TV, que começa em agosto.
"A primeira conclusão a que se chegou é que, embora tenhamos um grande espaço, um grande tempo na televisão, eu penso e todos pensamos que será até insuficiente para demonstrar tudo aquilo que o governo fez", afirmou Temer.
Dilma tem grande vantagem em relação aos adversários na propaganda de TV.
Enquanto ela terá 11 minutos e 48 segundos para alardear as ações do governo e novas propostas, o candidato do PSDB, senador Aécio Neves, terá 4 minutos e 31 segundos, e o Eduardo Campos, candidato do PSB, terá apenas 1 minutos e 49 segundos.
Pesquisa Ibope divulgada nesta terça-feira mostrou a presidente Dilma com 38 por cento das intenções de voto, contra 22 por cento do candidato do PSDB, Aécio Neves, e 8 por cento de Eduardo Campos, do PSB.
A pesquisa encomendada pela TV Globo em parceria com o jornal O Estado de S.Paulo mostrou que Dilma venceria a eleição presidencial em um eventual segundo turno.