Dilma Rousseff discursa para participantes do Fórum EXAME, em 2011: Informações de sua entrevista foram divulgadas pelos jornais O Estado de Minas e Correio Braziliense (Jefferson Coppola/Veja)
Da Redação
Publicado em 22 de junho de 2012 às 15h49.
Rio de Janeiro - A presidente Dilma Rousseff foi colocada no pau de arara, apanhou de palmatória, levou choques e socos que causaram problemas graves na sua arcada dentária durante as torturas que sofreu na ditadura, segundo revelam os jornais O Estado de Minas e Correio Braziliense.
Ambos periódicos reproduzem uma entrevista de Dilma ao Conselho de Direitos Humanos de Minas Gerais concedida em 2001, na qual narra as torturas que sofreu entre 1970 e 1973, quando foi detida e condenada por um tribunal militar como militante de um grupo de esquerda que lutava contra o regime militar.
No depoimento, a chefe de Estado disse que às vezes não sabia se os interrogatórios "de longa duração" aconteciam de dia ou de noite.
Os torturadores costumavam amarrá-la de cabeça para baixo para depois aplicar cargas elétricas, um método de tortura que "não deixa rastro, só te mina", segundo as palavras da presidente.
"O estresse é feroz, inimaginável. Descobri, pela primeira vez, que estava sozinha. Encarei a morte e a solidão. Lembro-me do medo quando minha pele tremeu. Tem um lado que marca a gente pelo resto da vida", afirmou Dilma.
Essas sessões de torturas foram realizadas no Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) de São Paulo, e também em uma prisão da cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais.