Dilma Rousseff: a presidente pode acabar trocando o ministro do Trabalho, Brizola Neto, conforme uma reivindicação do PDT (Roberto Stuckert Filho/PR)
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.
Brasília - A presidente Dilma Rousseff deve fazer em março uma reforma ministerial mais ampla do que a prevista inicialmente para acomodar novos aliados e resolver pendências com antigos parceiros, num movimento planejado para construir as bases de sua campanha à reeleição, em 2014.
Empenhada em conquistar apoios, Dilma pode ceder à cúpula do PDT, que reivindica a troca do ministro do Trabalho, Brizola Neto, e atender o PR, ávido por substituir o titular dos Transportes, Paulo Sérgio Passos.
Os movimentos da presidente, na fase pós-faxina - período iniciado em julho de 2011, quando seis ministros foram substituídos por conta de irregularidades nas pastas -, têm o objetivo de evitar que apoiadores do PT sejam atraídos por outros candidatos ao Palácio do Planalto.
O governo acompanha com lupa os passos do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e do senador Aécio Neves (PSDB-MG), possíveis adversários de Dilma na disputa do ano que vem, e fará de tudo para impedir a debandada de aliados.
Brizola Neto se reuniu ontem com dirigentes da Força Sindical, em São Paulo. O ministro contou que Dilma lhe telefonou e garantiu que notícias sobre sua saída não passam de "especulação". Contrariada com o "vazamento" de informações, a presidente também pediu à ministra da Comunicação Social, Helena Chagas, que negasse a preparação de uma reforma ministerial, neste momento. O desmentido foi publicado no Blog do Planalto.
Antes do carnaval, o presidente do PDT, Carlos Lupi, disse a Dilma que o partido não se sente representado por Brizola Neto, seu desafeto. Ex-ministro do Trabalho, defenestrado em 2011, no rastro de denúncias de corrupção, Lupi indicou para o ministério o secretário-geral do PDT, Manoel Dias.
Dilma ainda não deu resposta. Nos bastidores do Planalto, o comentário é que Brizola Neto não consegue unir o PDT e não emplacou nem o líder da bancada do partido na Câmara. Disputa o comando do PDT com Lupi que, apesar das acusações contra ele, detém a hegemonia do partido.
Nos últimos dias, Dilma teve várias reuniões reservadas para tratar da reforma na equipe. Conversou com o vice-presidente Michel Temer e com os ministros Aloizio Mercadante (Educação), Fernando Pimentel (Desenvolvimento) e Alexandre Padilha (Saúde). Dias antes, já havia se encontrado com dirigentes do PDT e do PR.
A prioridade de Dilma é manter a dobradinha com o PMDB na campanha da reeleição. Apesar dos rumores sobre uma aproximação com Campos, ela não pretende oferecer a vaga de vice ao PSB em sua chapa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.