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Dilma quer que impeachment seja decidido rápido, diz Wagner

Segundo o ministro Jaques Wagner, a presidente Dilma Rousseff, quer uma rápida solução para o impeachment que o governo considera não ter fundamento


	A presidente Dilma Rousseff: Jaques Wagner disse ainda que Dilma reunirá na próxima semana governadores alinhados ao governo
 (Roberto Stuckert Filho/PR/Fotos Públicas)

A presidente Dilma Rousseff: Jaques Wagner disse ainda que Dilma reunirá na próxima semana governadores alinhados ao governo (Roberto Stuckert Filho/PR/Fotos Públicas)

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Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2015 às 20h24.

Brasília - O governo quer uma solução "o mais rápido possível" para o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, afirmou nesta quinta-feira o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, depois de uma reunião em que a mandatária reuniu 23 ministros no Palácio do Planalto.

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciou na quarta-feira que aceitou pedido de abertura de processo de impeachment contra Dilma, horas depois de os três deputados petistas com assento no Conselho de Ética da Casa afirmarem que votariam pelo prosseguimento de um processo no colegiado que pede a cassação do mandato dele.

Wagner confirmou que o governo espera o resultado de ações impetradas no Supremo Tribunal Federal (STF) por deputados da bancada governista, mas afirmou que essas não são manobras para postergar o processo.

"Isso não tem a ver com tentativa de postergar, ao contrário. Nossa decisão é de fazer o processo o mais rápido possível. Só que isso não pode implicar a gente não disputar no Judicário aquilo que a gente entende que pode lesar o nosso direito de defesa. Então vamos combinar a legalidade com a celeridade necessária, que é do nosso interesse", afirmou o ministro.

Wagner disse ainda que "a presidente tem pressa" porque quer sair da "pré-pauta" para a "pauta do desenvolvimento".

Ele falou por duas vezes nesta quinta-feira em um movimento raro do governo Dilma. O ministro da Casa Civil, que sempre teve um bom relacionamento com a imprensa, foi escalado como uma espécie de porta-voz.

De manhã, respondeu às acusações de Cunha de que a presidente havia mentido. À tarde, apresentou o resultado da reunião de 23 ministros convocada por Dilma para organizar a defesa do governo.

Participaram da reunião representantes de praticamente todos os partidos da base. A exceção foi o PR, porque o ministro dos Transportes, Antonio Carlos Rodrigues, não estava em Brasília. Dilma pediu que mobilizem suas bases para caso o governo chegue a ter que enfrentar um processo em plenário.

Wagner reconheceu que os parlamentares são muito influenciados pela base e hoje a popularidade da presidente é quase inexistente.

"A faca foi puxada com o início do processo e as coisas vão começar a ficar mais claras. As pessoas sabem que com democracia não se brinca. Os que não gostaram do resultado (das eleições) que sustentam o tapetão vamos brigar muito pela democracia e acho que esse é o sentimento", afirmou.

"Eu creio que está se dando um toque de recolher porque é um ataque ao governo, um ataque à institucionalidade. Então, eu percebo entre os ministros que a sensibilidade e a aderência sobem muito porque é um tema que vai além de apenas ser governo, vai para sermos garantidores da democracia." Ele defendeu ainda que o Congresso Nacional não entre em recesso, mas explicou que Dilma ainda não conversou com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sobre o assunto.

A própria Dilma pode convocar o Congresso, mas o ministro afirmou que a preferência é que seja uma iniciativa dos próprios parlamentares. "Mas eu acho estranho que se inicie um processo de impeachment e se decida sair de férias", disse.

TEMER O ministro negou ainda que o Palácio do Planalto tenha tido algum estranhamento com o fato de o vice-presidente da República, Michel Temer, não ter ainda se manifestado publicamente sobre o processo de impeachment.

Temer conversou com Dilma por telefone na noite de quarta-feira, logo depois do anúncio do processo por Cunha, e nesta quinta-feira reuniu-se por cerca de meia hora com ela, mas ainda não falou sobre o tema.

"Eles tiveram uma conversa longa. Ele tem tradição, é constitucionalista, tem uma história pela democracia. Não tenho dúvida que ele tem claro que era uma 'forçação de barra' (o impeachment)", disse.

Questionado se não havia expectativa sobre uma nota do vice-presidente, Wagner respondeu: "O que ele falaria de nota oficial? Ele defende o mandato. Esta preocupação de que ele é o primeiro na linha sucessória eu não tenho e não sinto isso na presidente", afirmou.

"A gente sabe, no meu Estado (Bahia) o PMDB fez campanha contra ela. Não temos a ilusão, o PMDB é plural e atua muito com suas realidades regionais. O vice-presidente é governo. E um ataque ao governo é um ataque a ele também."

Texto atualizado às 21h24

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